Quem
não conhece a História está condenado a repeti-la. Atualmente, a Grande Mídia nos
impõe a mesma estratégia que usou para convencer e anestesiar a sociedade, nos
momentos em que a elite capitalista se sentiu ameaçada. À medida que tal fenômeno se repete,
historicamente, pagamos um preço cada
vez maior.
Os
partidos políticos do Brasil estão tão preocupados com a disputa eleitoral e com
os espaços no governo, que não atentam para a gravidade da ação avassaladora do
setor de Comunicação, mui propriamente chamado de Quarto Poder. Tal ação ganhou
maior intensidade a partir da ascensão do PT à Presidência da República.
Há
uma espécie de “voz oficial” que dia e noite bombardeia os cidadãos a dizer que
todo político é ladrão, o país está em mãos erradas, perdemos o rumo
certo, etc . A mesma voz que deu ao STF
direito de condenar sem provas e ignorar as provas existentes nos processos,
que pudessem atenuar ou inocentar os “réus”.
Por
outro lado, a competência que o presidente Luís Ignácio Lula da Silva
demonstrou para transformar a realidade do povo brasileiro e solucionar alguns
problemas que atravessaram séculos, se traduz numa grande provocação ao
Sistema. Diz a voz controladora “precisamos detê-lo a qualquer custo”.
Essa
mídia que aí está não dá ênfase, por exemplo, ao progresso científico mundial,
de modo a produzir um conhecimento crítico a respeito das recentes descobertas.
A responsabilidade ético-política, que
engloba o futuro da humanidade, está restrita à elite dominante. Como povo, não
participamos do processo decisório.
Os
partidos políticos estão acuados.
Perderam espaço para a mídia, que cada vez mais, investem na
domesticação de consciências e sozinha define a agenda e a pauta nacional.
Falta-lhes a indignação e a vontade de mudar, elementos fundamentais à
existência das organizações políticas. Pior que isso é o surgimento de partidos
que se aproveitam do espaço oferecido pela “reação social conduzida” e
trabalham como colaboradores da mídia golpista.
Com
o envolvimento político do STF, entramos num jogo muito perigoso. Estamos
aceitando o inaceitável, em termos de valores democráticos contemporâneos.
Estamos diante de um modelo hegemônico de Comunicação disposto a inibir o
avanço e a consolidação do nosso Sistema Democrático.
Sempre
que um país da América Latina assumiu a condução de seu destino e tomou
decisões que contrárias aos interesses do Sistema Imperialista Mundial, esse
filme se repetiu. Estudemos a História e vamos encontrar processos semelhantes,
com intensas campanhas midiáticas que precederam derrubadas de presidentes,
fechamentos de Câmaras Legislativas, assassinatos de lideranças políticas... e
a ascensão de partidos de direita ao poder.
Álvaro Maciel é Secretário Estadual de Cultura do Partido dos Trabalhadores - RJ