sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O Perigoso Recuo dos Partidos Políticos




Quem não conhece a História está condenado a repeti-la. Atualmente, a Grande Mídia nos impõe a mesma estratégia que usou para convencer e anestesiar a sociedade, nos momentos em que a elite capitalista se sentiu ameaçada.  À medida que tal fenômeno se repete, historicamente,  pagamos um preço cada vez maior.

Os partidos políticos do Brasil estão tão preocupados com a disputa eleitoral e com os espaços no governo, que não atentam para a gravidade da ação avassaladora do setor de Comunicação, mui propriamente chamado de Quarto Poder. Tal ação ganhou maior intensidade a partir da ascensão do PT à Presidência da República. 

Há uma espécie de “voz oficial” que dia e noite bombardeia os cidadãos a dizer que todo político é ladrão, o país está em mãos erradas, perdemos o rumo certo,  etc . A mesma voz que deu ao STF direito de condenar sem provas e ignorar as provas existentes nos processos, que pudessem atenuar ou inocentar os “réus”.

Por outro lado, a competência que o presidente Luís Ignácio Lula da Silva demonstrou para transformar a realidade do povo brasileiro e solucionar alguns problemas que atravessaram séculos, se traduz numa grande provocação ao Sistema. Diz a voz controladora “precisamos detê-lo a qualquer custo”. 

Essa mídia que aí está não dá ênfase, por exemplo, ao progresso científico mundial, de modo a produzir um conhecimento crítico a respeito das recentes descobertas.  A responsabilidade ético-política, que engloba o futuro da humanidade, está restrita à elite dominante. Como povo, não participamos do processo decisório.

Os partidos políticos estão acuados.  Perderam espaço para a mídia, que cada vez mais, investem na domesticação de consciências e sozinha define a agenda e a pauta nacional. Falta-lhes a indignação e a vontade de mudar, elementos fundamentais à existência das organizações políticas. Pior que isso é o surgimento de partidos que se aproveitam do espaço oferecido pela “reação social conduzida” e trabalham como colaboradores da mídia golpista. 

Com o envolvimento político do STF, entramos num jogo muito perigoso. Estamos aceitando o inaceitável, em termos de valores democráticos contemporâneos. Estamos diante de um modelo hegemônico de Comunicação disposto a inibir o avanço e a consolidação do nosso Sistema Democrático.  

Sempre que um país da América Latina assumiu a condução de seu destino e tomou decisões que contrárias aos interesses do Sistema Imperialista Mundial, esse filme se repetiu. Estudemos a História e vamos encontrar processos semelhantes, com intensas campanhas midiáticas que precederam derrubadas de presidentes, fechamentos de Câmaras Legislativas, assassinatos de lideranças políticas... e a ascensão de partidos de direita ao poder.  

O grande susto foi o Brasil chegar aonde chegou, em apenas dez anos. Os partidos de direita e a mídia andam juntos e formam um poderoso bloco. Querem retirar a Democratização da Comunicação da pauta nacional, bem como, as Reformas Administrativa e Eleitoral. Querem transformar em “traidores da Pátria” todos que ousaram desafiar o Sistema.   

Álvaro Maciel é Secretário Estadual de Cultura do Partido dos Trabalhadores - RJ