quarta-feira, 30 de novembro de 2016

36 Anos sem o Mestre Cartola


Hoje se completam 36 anos sem o grande cantor e compositor Cartola. É difícil falar de Cartola sem refletir sobre o seu reconhecimento tardio como grande nome da música brasileira.  Somente em 1974 , aos 65 anos, conseguiu gravar o seu primeiro disco solo.  Após o enorme sucesso do primeiro disco veio o LP que marcou definitivamente sua carreira, quando emplacou duas músicas nas paradas , “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”, composições que se tornariam grandes clássicos da música brasileira.  Cartola deixou o morro de Mangueira para fugir dos assédios dos fãs e jornalista e passou os últimos anos de sua vida ao lado de sua amada Dona Zica, em Jacarepaguá.  Angenor de Oliveira nos deixou em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos.

Nascido  no dia 11 de outubro de 1908 no bairro do Catete, no Rio, aos oito anos mudou-se para Laranjeiras e aos 11 para o Morro da Mangueira, que na época era ainda pequeno e tinha não sequer 50 casas. Após a morte de sua mãe, devido aos constantes conflitos com pai, aos 15 anos, saiu de casa e da escola. Por um tempo levou uma vida boemia e errante. Conseguiu fazer uns bicos em tipografias até conseguir um emprego fixo como pedreiro.  Vem daí o seu apelido: para evitar sujar a cabeça com cimento ele usava um chapéu-coco e seus companheiros não demoraram a lhe apelidar de Cartola.

Foi um dos criadores do Bloco dos Arengueiros no Carnaval, que mais tarde agregou novos blocos e, em 28 de abril de 1928, fundaram a segunda Escola de Samba carioca, a Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Homem simples, Cartola veio a se tornou um dos maiores nomes do samba e da música brasileira. Suas músicas de foram gravadas por diversos artistas dos mais variados estilos e regiões, dentre os quais, Chico Buarque, Marisa Monte, Paulinho da Viola, e eles, Beth Carvalho, Fagner, Gal Costa e muitos outros.   



É bom saber que a memória de Cartola está bem viva e preservada através do trabalho de Nilcemar Nogueira, sua neta e presidente do Museu do Samba - situado à Rua Visconde de Niterói, 1296 - Mangueira/RJ.  O museu possui espaço de exposição, auditório, sala de projeção, teatro, biblioteca, loja, café, bar e restaurante. Fundado em janeiro de 2001 como Centro Cultural Cartola, é uma organização sem fins lucrativos que reúne a mais variada gama de pessoas devotadas à causa da cultura brasileira e do desenvolvimento social. O complexo cultural, teve como primeira presidenta de honra a companheira de nosso Mestre, a incansável Dona Zica, que nos deixou em janeiro de 2003, cuja história de luta e sucesso é bastante conhecida no mundo samba.   

A escolha de Cartola como patrono da instituição se justifica não apenas por sua importância no mundo musical, mas também por sua história de luta, de superação de dificuldades e de inserção ativa do indivíduo na sociedade através da produção cultural. Tendo como referência a vida e obra de um grande mestre, morador da Mangueira, poeta sofisticado e um dos maiores ícones da música popular brasileira, o museu consegue atrair jovens da comunidade para as diversas atividades voltadas à capacitação profissional e artística. A base deste empreendimento é a vasta obra de Cartola, cuja importância para a música popular brasileira é mundialmente reconhecida.

O Mestre mangueirense se torna, assim, um exemplo a ser seguido pelas crianças, que têm no Museu do Samba uma fonte de aprendizado, de experiência e de incremento de suas capacidades. A preservação da memória de Cartola e do seu legado cultural requer uma participação ativa da instituição junto à comunidade, o que tem sido feito com muito amor e competência.







Viva os 100 Anos do Samba!


Pelo Telefone
Donga e Mauro de Almeida
1916


Nessa semana conversei com pessoas que estavam convencidas de que o samba está fazendo exatos 100 anos.  Tive que explicar para elas que as manchetes dos jornais se referiam aos 100 anos da gravação de Pelo Telefone.  27 de novembro é realmente uma data muito importante para nossa cultura. Além de se comemorar a primeira gravação de um samba com grande repercussão na sociedade, vale aproveitar a ocasião para se falar sobre a mais importante expressão da música brasileira, o samba.

Como manifestação cultural, o samba tem suas raízes nos batuque e danças ligados a variados ritmos africanos, a partir do século 19. Com a introdução dos instrumentos de corda ele ganha mais força e passa a se popularizar como gênero musical.  Nestas comemorações dos 100 anos do samba não podem faltar às homenagens aos compositores Ernesto dos Santos (o Donga) e Mauro de Almeida, autores de Pelo Telefone, que foi gravado em novembro de 1916 e fez sucesso no Carnaval de 1917.

O samba atravessou o tempo lidando com inúmeras transformações estéticas.  Influenciou e foi influenciado, mas nunca perdeu o seu lugar na centralidade da cultura brasileira. Por conta de diferenças no jeito de ser cantado e tocado; de tema e formato da letra; de andamento, acordes e arranjos; surgiram algumas denominações variadas para o samba, dentre as mais tradicionais temos samba canção, samba de roda, samba enredo, bossa nova,     samba exaltação, samba de terreiro, o samba de breque, partido alto e pagode, que caracterizam diferentes estilos de samba.   

Mas como o samba nunca parou de se reinventar e de interagir com outros gêneros musicais é muito comum também encontrarmos junções como, samba choro, samba jazz, samba bolero, samba rock, forrogode, sambaião, samba soul, samba reggae, samba funk, dentre outros que hoje conhecemos e outras que certamente irão surgir.

Lindo por ser plural e forte por natureza, o samba também se globalizou. Fala de tudo e para todo o planeta, sem perder aquele charme ao lidar com temas que vêm direto do cotidiano e do coração do povo brasileiro, como paixão, amor, dor, prazer, saudade, traição, vingança, felicidade, solidão, injustiça, ironia, desigualdade social, tristeza, alegria, encontros, partidas e muitos outros.

A história de Pelo Telefone é cheia de controvérsias, desde autoria, data de criação, letra (as) original (ais) e até os dias de hoje os pesquisadores brigam entre si, em torno desses detalhes. Há notícias de outros sambas gravados antes de 1916, mas há quem diga que “com registro, selo e tudo mais" foi mesmo o Pelo Telefone”. Por isso é considerada uma de nossas músicas mais discutida e polemizada.

Mas o que não deixou nenhuma dúvida para os historiadores foi o seu enorme sucesso no Carnaval de 1917, que guarda um fato inédito para época: todos os clubes carnavalescos entraram na Avenida Central tocando Pelo Telefone. Foi a primeira vez na história que todos os blocos tocaram a mesma música em seus desfiles.   

Viva os 100 anos do samba! Viva os compositores de Pelo Telefone, Donga e Mauro de
Almeida!

(por Álvaro Maciel – Rio, 30/11/2016)



Donga
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga, nasceu no dia 5 de abril de 1890 no Rio de Janeiro, e nos deixou no 25 de agosto de 1974. Foi músico, compositor e violonista.  Participava das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros.   



Mauro de Almeida 
Como compositor, entrou para a história da música popular brasileira por ter escrito em coautoria com Donga a letra de "Pelo Telefone". Compôs com Pixinguinha e Donga o samba "O Malhador", que, assim como a canção anterior, também foi interpretado por Baiano,  gravado na Casa Edison e lançado através do selo Odeon Records. Começou a carreira de jornalista na redação de A Folha do Dia, do Rio de Janeiro, como repórter policial e cronista carnavalesco.



Baiano
 Baiano é o nome artístico de Manuel Pedro dos Santos, nascido em  Santo Amaro da Purificação,  em 5 de dezembro de 1870  e morreu  no Rio de Janeiro, 15 de julho de 1944).  O cantor foi   reconhecido pelo seu pioneirismo dentre as gravações fonográficas na Casa Edison, uma das primeiras gravadoras existentes no Brasil e sediada na então capital federal.



 
Tia Ciata 
Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata (Santo Amaro da Purificação, 1854 — Rio de Janeiro, 1924) foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira, considerada por muitos como uma das figuras influentes para o surgimento do samba carioca.


Pixinguinha, João da Baiana e Donga



Maria das Dores Santos, a Vó Maria
Natural de Mendes, interior do estado do Rio, foi a última mulher de Donga, com quem viveu por 15 anos. Na casa dos dois era comum a visita de  Pixinguinha, João da Baiana, Martinho da Vila, Ney Lopes, Geraldo Babão, Clara Nunes e não faltavam as rodas de samba, com direito a feijoada e acarajés. Nos deixou no ano passado, com seus 104 anos. 


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Nota de Pesar pelo acidente com voo da Chapecoense


A Secretaria de Cultura do PT RJ vem externar sua profunda tristeza diante do trágico acidente  ocorrido  com os atletas do time  da Chapecoense na madrugada  desta terça feira, 29/11/16. Sentimos  também pela  morte dos   jornalistas, tripulação , dirigentes do clube e demais passageiros. Nossos solidários cumprimentos à Cidade de Chapecó que, cumpre-nos anotar, teve especial destaque na construção de políticas públicas de cultura no último período.

A delegação da Chape, como é carinhosamente tradada,  era constantemente  aplaudida  por sua torcida antes e depois das viagens para os jogos internacionais, que levaram a equipe  a disputar seu primeiro título  internacional,  a Copa Sul-Americana de futebol. Um grande orgulho para a cidade e para o país.

A Chapecoense é um clube jovem do tradicional futebol brasileiro e, com menos holofotes e investimentos reduzido chegou à final de um torneio continental. Assim serão lembradas, todas as figuras que honraram as cores de seu clube com espírito esportivo, coletividade e respeito aos adversários.

Rechaçamos toda e qualquer forma de comercialização ou apropriação espetaculosa desta tragédia e, neste sentido, reforçamos nosso imenso pesar e efetiva solidariedade aos familiares e amigos das vítimas e todas e todos que, de alguma maneira, percebem-se atingidos por esse lamentável acontecimento.

Hoje o mundo o Brasil é  CHAPE !


Secretaria de Cultura do PT RJ

Rio, 29/11/2016











terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Brasil perde Modesto da Silveira - o “defensor dos presos e perseguidos políticos"



Nesta Terça-feira, 22/11, aos 89 anos, perdemos um grande baluarte da luta dos Direitos Humanos. Um homem simples que enfrentou com coragem e determinação as formas mais terríveis de opressão  policial, num regime fascista que institucionalizou as detenções ilegais, perseguições, torturas, desaparecimentos e assassinatos de pessoas, com a finalidade de exterminar qualquer tipo de  oposição política.

Modesto era de Uberaba/MG e trabalhou desde criança.  Foi lavrador, lenhador, engraxate... até que conseguir estudar e se formar advogado. O Doutor Modesto dedicou-se a defesa dos Direitos Humanos. Assim que se formou, em meados dos anos 60, passou a trabalhar pela causa  dos presos e perseguidos políticos do golpe de 64. Modesto da Silveira foi eleito em 1978  Deputado Federal pelo  MDB do Rio de Janeiro com 73.680 votos. O mais votado da esquerda.

Em suas últimas entrevistas, Modesto costumava comparar o caráter da crueldade da perseguição política no Brasil ao  regime nazista de Adolf Hitler. Juntamente com  suas filhas menores sofreu duras ameaças e passou a ser rastreado pelo serviço de inteligência  por denunciar a tortura e defender perseguidos políticos. Em seguida, foi sequestrado por agentes do DOI-CODI, onde experimentou a mão pesada  do regime militar. 


Modesto nunca recuou diante de  uma batalha.  Lutou pela causa dos  lavradores sem-terra, dos trabalhadores urbanos, das populações da floresta e das minorias discriminadas. Esteve sempre presente na discussão dos  grandes temas de interesse nacional, como por exemplo,  foi  solidário e contribuiu  na análise jurídica no caso Aldeia Maracanã.

Guardaremos para sempre a lembrança do homem e da sua luta.  Temos que agradecer eternamente ao Doutor Modesto por tudo que fez pela causa dos Direitos Humanos e em defesa da Democracia.  

Modesto da Silveira Presente!

(por Álvaro Maciel)


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Garotinho e Cabral - Duas prisões que mudam o cenário político do Rio de Janeiro



É lamentável que políticos como Garotinho e Cabral tenham se afastado completamente do compromisso de servir à população. Precisamos ter  “muita calma nessa hora” para não  desarmamos nosso sistema de alerta.  Não podemos esquecer que essa cúpula aí da relação do Juiz Sérgio Moro etc.,  já atentou contra vários princípios e artigos  constitucionais.  Garotinho teve em sua vida pública forte ligação com a esquerda. Recebeu apoio de Leonel Brizola nas eleições de 1998 na chapa que tinha Benedita da Silva como vice governadora. Apoiava a luta pelos direitos sociais, CIEPs, urbanização de favelas, etc. Hoje, não tem mais aquela visibilidade, mas quem viu o político vibrante que ele foi, sente.  A prisão de Cabral  é ainda mais impactante, pois, mesmo depois de ter sido  eleito e reeleito com apoio do PT, passou a ser traidor na campanha de reeleição da presidenta Dilma, em  2014, ao lançar o AEZÂO, que representava apoio da ala Cabral do PMDB ao  senador Aecio Neves (PSDB-MG).  Porém, o mais golpe mais duro para o PT foi sua orientação  de  voto a favor do afastamento da presidenta Dilma  da Presidência da República. Enfim, essas prisões mexem com as principais famílias do mundo político fluminense.

As instituições demoraram além da conta a tomarem providências mais efetivas no combate à corrupção. Mais anunciaram do que fizeram. Como vimos, deram espaço e tempo suficientes para Eduardo Cunha  agir em defesa própria e do seu bando, sem se importar nenhum pouco com  o povo brasileiro.  Cunha solto representava, sim, uma ameaça constante ao país e  mesmo assim  ficou um longo tempo  operando “pacotes de maldade”  e de  propósito travou  o governo  federal com pautas bombas e tudo mais, o que  provocou o caos em nossa economia. Ele não derrubou a presidenta Dilma, derrubou o Brasil.  Eduardo Cunha deveria te sido preso há pelo menos um ano e meio atrás, antes de causar os danos que causou.

Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. As instituições que aí estão não merecem de nós nenhuma comemoração por conta das atuais prisões.  E mais; estão deixando o PSDB blindado -  Aécio, Serra, Alckmin, Aloysio Nunes etc etc  soltos e sem processo.  O povo não é bobo, 2018 está em jogo. O MP, Judiciário, PF e STF estão abarrotados de representantes dos coxinhas, classe média,  que fizeram  concurso público,   que,  indevidamente, defendem a ideologia de direita dentro da Administração.  São servidores públicos que agem partidariamente operam politicamente por trás cargos .  Esses crimes precisam ser investigados para expulsar e prender essa galera que usa o cargo para fazer política. As providências para intimação e acareação dos ex-governadores são tardias... muito tardias.  O Judiciário demorou para confrontar as informações etc. 

        O RJ quebrou por causa dos roubos e da má gestão e da demora da Justiça.  Miraram os holofotes na Dilma e na perseguição ao  Lula e a outras lideranças de esquerda.  Aplicaram  métodos seletivos de investigação e fizeram vista grossa para os indícios de crimes cometidos pelos  mafiosos nas gestões estaduais, nas diversas regiões do país, com destaque para o Estado do Rio de Janeiros.  Essas instituições estão contaminadas, pois, até os mais leigos se indignaram com as evidências de que algo de errado estava acontecendo na execução das obras e das políticas públicas aqui no estado. Outra boa  leitura é sobre os vazamentos de notícias na mídia sobre os processos e investigações, eles só acontecem quando favorecem à direita. Se essa operação fosse realizada antes das eleições poderia ter alterado completamente o resultado  final das eleições no estado. 

Para a resistência o mais recomendado para o momento é a organização  ampla de  frentes populares  que possam acompanhar e pressionar tais instituições.  Mediante o alto risco  é necessária uma mobilização permanente para exigir que as prisões cumpram o rito legal e respeitem a Constituição Federal. Muitos erros foram cometidos até aqui e muita gente já foi presa ilegalmente, sem provas, apenas pela “convicção” desses agentes federais. Que prendam somente os ladrões, em conformidade com a lei.  O povo está nas ruas  contra a perda de direitos. Essa é a única forma de evitar o pior, pois, querem prender quem não deve e deixar solto quem muito roubou. Vamos ficar atentos e esperar as delações premiadas etc., mas não podemos desmobilizar.  É vital para nossa democracia, já atingida,  manter a luta em defesa dos nossos direitos, principalmente por saúde, educação e cultura.   Palmas para os estudantes de todo Brasil que bravamente lutam contra a PEC 055. Palmas para os movimentos sindicais que defendem a Petrobrás  e o Pre-sal. Apoiá-los é um dever político e moral de todos os movimentos sociais populares organizados, neste momento que  onda fascista avança cada vez mais sobre os direitos dos brasileiros e brasileiras. 


              #OcupaTudo    #NãoàPEC-055   #FicaSec-RJ  #NenhumDireitoaMenos








quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Manifesto Contra a Extinção da SEC-RJ


Vimos a público afirmar nossa posição de não reconhecimento a governos que atacam direitos e promovem retrocessos frente às conquistas construídas a partir da luta social. Em maio deste ano, ou seja, há pouco mais de cinco meses, foi dado um passo importante para a definição de uma política pública concreta e permanente para o estado, com a criação o Conselho Estadual de Política Cultural do Estado do Rio de Janeiro, nos moldes do Sistema Nacional de Cultura, com eleições de seus membros.

É contraditório o anúncio da extinção da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. A fusão da SEC-RJ à SECITEC-RJ denota um estarrecedor recuo, em termos administrativos e político, por colocar em risco relevantes políticas públicas oriundas do processo participativo, como preconizam as mais caras tradições democráticas. Rejeitamos, pois, o pacote de maldades, com medidas contraditórias e autoritárias anunciado pelo Governo do Rio de Janeiro, como se fosse “reforma administrativa”, que representa grave ameaça ao saberes culturais, a seus fazedores/as, mestres/as, gestores/as e agentes culturais.  Cultura é direito.

Ressaltamos que a cultura não foi responsável pela grave crise econômica e fiscal que o estado atravessa.  O impacto financeiro que o seu orçamento causa não é tão relevante, se comparado com os outros setores do governo. Ao contrário, se bem trabalhada, a economia da cultura pode render resultados positivos à economia do estado. Ela se apresenta, inclusive, como um dos caminhos viáveis para a saída da crise. É preciso que este governo passe a entender a cultura como vetor de desenvolvimento e que as verbas destinadas ao setor cultural não representam gastos e sim investimentos.

O nosso repúdio ao anúncio da reforma administrativa da gestão do Governador Luiz Pezão, ganha mais força e legitimidade quando nos referimos aos compromissos firmados pelo governo do estado, em setembro de 2013, durante a III Conferência Estadual de Cultural/RJ - instância de participação social, com representes do poder público e da sociedade civil organizada - onde foram elaboradas diretrizes e estratégias de ação para a implantação do Sistema Estadual de Cultura, em  conformidade com o  Sistema Nacional de Cultura, onde a existência de um órgão gestor específico de cultura é obrigatório.

Em julho de 2015 foi aprovado o Sistema Estadual de Cultura - destinado a promover condições para a melhor formulação e gestão da política pública de cultura no estado do Rio de Janeiro, pactuado com a União Federal, os municípios e sociedade civil, visando o exercício pleno dos direitos culturais e a promoção do desenvolvimento humano,  com seus instrumentos de gestão: o Plano Estadual de Cultura o Programa Estadual de Fomento e Incentivo a Cultura e o Programa de Formação e Qualificação Cultural.

Um dos objetivos mais importantes do Sistema Estadual de Cultura é, exatamente, o de estimular a criação de conselhos, planos e fundos municipais de cultura e conselhos municipais de patrimônio cultural. A SEC-RJ se constitui o espaço central do sistema de gestão de recursos e de execução de políticas públicas para as diversas regiões do estado, levando-se em conta as peculiaridades dos diferentes territórios e regiões fluminenses, no exercício de fomentar, estimular, promover e preservar as manifestações artísticas e culturais. Logo, a representação simbólica da Secretaria Estadual de Cultura tem grande significância, tanto para a sociedade civil organizada, quanto para os artistas individuais. Já a sua representatividade político administrativa figura como um modelo organizacional para os 92 municípios fluminenses. Seu desaparecimento desencadeará um efeito cascata, com extinções em série de secretarias municipais de cultura, em todo estado; um desmonte arrasador.

Convocamos todos os grupos artísticos, culturais e políticos, que compõem a militância cultural do estado,  mais as Frentes Populares de Luta em defesa à democracia, para formação de um Movimento FLUMINENSE UNIFICADO PELA CULTURA,  com o objetivo de  realizarmos nas ruas, praças e equipamentos públicos de cultura as manifestações pacíficas, contrárias à extinção da SEC RJ, na tentativa de sensibilizar o Governador Pezão e o presidente da Alerj, Jorge Picciani,  pelo não encaminhamento dessa proposta à Assembleia de Deputados.  


Secretaria Estadual de Cultura – PT RJ

Novembro de 2016


GT de elaboração do texto: Fernanda, Gisele, Álvaro , Maísa, Julio Mourão e Fábio Lima



Final da reunião da Secult PT RJ , com a presença  de militantes culturais, Daniel Samam, Geraldo Bastos, Leandro Oliveira e Beto Vidigal;  e de secretarias do PT RJ de Igualdade Racial - Rute Sales, de  LGBT - Carlos Alves,  de Juventude - Ronaldo Sorriso, na sede estadual em 07/11/2014.

domingo, 6 de novembro de 2016

A Vergonhosa Manipulação da Informação no Brasil



As ocupações já ultrapassaram mil escolas. A #ForaPEC241  cobre todo território nacional pelas redes sociais... e agora a mira é o Senado para onde a proposta seguiu e foi denominada PEC-055 e geral do movimento estudantil também é contra a tal  Medida Provisória que reforma o Ensino Médio.

No setor da Cultura as políticas públicas sofrem baixas históricas, artistas e agentes culturais estão à míngua em todos os estados. O que já era insuficiente está sendo diminuído ou zerado, inclusive, com fechamento de órgãos específicos e extinção de cargos. 

           Logo as mobilizações desses setores, Educação e Cultura, são mais que pertinentes e dialogam através de seus protestos de forma cidadã contra tais arbitrariedades. Os manifestantes denunciam a violência e a dureza do governo autoritário de Michel Temer.

E onde está a imprensa brasileira?  Novamente um silêncio tendencioso. Mais uma vez se comprova o comprometimento da mídia brasileira com o capital e o seu desprezo pelo social. Nas poucas vezes que se refere às manifestantes o teor da matéria é a criminalização do movimento. A mídia brasileira é formada por um pequeno grupo de empresários poderosos, representados por siglas, mas verdade ela  se constitui num único cartel.

Infelizmente os setores populares da sociedade ainda não enxergaram tal situação e continuam inertes e entregues à pesada manipulação midiática existente no Brasil.

(Álvaro Maciel - 06/11/2016)