terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cultura na Baixada Fluminense – Eleições 2012 e Perspectivas





Jorge Cardozo (com bons pitacos do Álvaro Maciel)


Sobre as eleições 2012, os resultados do PT não foram bons em Nova Iguaçu, Belford Roxo e Mesquita. O bicho pegou geral. Também em Nilópolis, onde tínhamos proximidade, o trabalho será desarticulado. Duque de Caxias permanece uma incógnita. Alinhada com as nossas formulações gerais de políticas públicas, só mesmo a galera de São João de Meriti.
Enfim, mais e mais devemos acreditar e trabalhar uma frente que possa (re) organizar a sociedade civil, trazendo artistas, produtores, agentes, militantes da cultura na região, de preferência começando por iniciativas localizadas que possam vir a crescer até formar um frentão, de modo a contribuir para  que a  Baixada Fluminense saia do isolamento e da invisibilidade.

Como já desconfiávamos, para 2013/2014, não será pela via da participação em governos locais (ainda que esta seja uma arena importantíssima) que haverá a promoção de mudanças efetivas. Mas sim pela articulação de setores da sociedade interessados e/ou envolvidos na questão cultural, ainda que hoje não plenamente participativos. É fundamental, portanto, envolver a juventude, os profissionais de música, vídeo, teatro e outras áreas; os militantes da igualdade racial, a galera do samba, o povo LGBT, nosso pessoal que atua em educação, e as direções municipais do PT; todas e todos e mais as suas intercessões. As gestões se acabam, os governos se desfazem, quem chega tem receio de colocar azeitonas na empada de quem sai. E assim desmontam-se programas, projetos e trabalhos coletivos. Assim perde-se a memória da luta pela transformação, parecendo às vezes que o tempo todo se retorna ao ponto zero. 

Somente a partir de uma mudança no nível de consciência de parcelas expressivas da população, poderá haver uma mudança para melhor, constituindo novos e permanentes alicerces para o desenvolvimento cultural da Baixada. Sem basismo, mas sem crenças míticas de que governos nos quais participamos ou possamos vir a participar, às vezes pelas beirolas, em alianças artificiais, tragam avanços de fato para a nossa área.

A gestão pública de cultura tem se revelado extremamente frágil, quando não inexistente, na maioria das cidades da região. Os novos governos, pelo menos até agora (claro que é cedo para cobranças, mas não para apontar caminhos), não demonstraram nenhuma abertura de melhores perspectivas para a área. Nas demais cidades, especialmente as das “pontas” da Baixada (ou seja, Japeri, Queimados, Paracambi, Seropédica e Itaguaí de um lado; e, do outro, Guapi e Magé), em que pese à boa vontade e dedicação de alguns gestores, a pasta da cultura não tem verba para andar com as próprias pernas e nunca foi tratada como prioridade por parte dos chefes dos executivos municipais.