segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Romario Regis - Regulamentação da Mídia

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Monumento a João Cândido



Hoje faz 100 anos que João Cândido liderou o início da Revolta da Chibata.
Não vi nada nos jornais online, nem nos blogs que acompanho diáriamente.
Mas uma vez a história da resistência negra fica esquecida pela mídia tradicional e contemporânea.

Viva o Almirante Negro!

Monumento a João Cândido
  Autor: Álvaro Maciel

As máquinas modernas transportaram
E instalaram
E o povo negro ali

Além do monumento
Diversos sentimentos se instauraram
E se espalharam
E o povo negro ali

João e Joãozinho
Joanas e seus pretinhos
As mães pretas acompanhavam
A história de pertinho

Irmãos de luta
Irmãos de cor
Mar da labuta
Vitória e dor

Sabor tão pessoal
De sal me ocorreu
Eram lágrimas festivas...
Tudo isso aconteceu


sábado, 20 de novembro de 2010

Viva o dia 20 de Novembro, com muita poesia!



Eu participei de muitas reuniões do Movimento Conexão Zumbi João Candido, em prol da instalação da estátua de João Cândido na Praça XV. Foi uma luta árdua para fazer a estátua, divulgá-la e convencer a prefeitura , que não queria liberar o lugar que nós escolhemos para instalar o Monumento. Até que conquistamos a vitória. No dia que o presidente Lula veio ao Rio inaugurar o Monumento à João Candido,  ele disse que estava orgulhoso por tudo o que nós fizemos, eu olhava para o rostos das pessoas , homens mulheres e crianças, uns sorrindo, outros com olhares vidrados no presidente, todos emocionados...  quando vi... senti um gosto salgado nos meus lábios.  João Cândido estava ali, bem no lugar que o Movimento escolheu, onde nosso Herói  trabalhou, lutou e sofreu. Sua vitória veio do exemplo da sua atitude e dos gritos de indignação, que saíram de seus navios e ecoam até hoje pela Cidade do Rio de Janeiro, pelo Brasil e pelo mundo. Salve Jõao! Salve!

Álvaro Maciel

Cândido Irmão
   Autor: Álvaro Maciel

Cândido Irmão é esse João
Cândido Irmão é esse João
Que é João Preto

Sai chibata sai daqui prá lá
A chibata não vai mais cortar
O açoite tem que acabar
Eu te prometo

Acabou
E sonho se realizou
A lua cheia
No cais clareia
O Monumento que João ganhou

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cultura na pauta e no seu dia

Por Morgana Eneile*


Fazem apenas 40 anos que uma lei determinou o dia de hoje como Dia Nacional da Cultura Brasileira, em homenagem à data de nascimento do intelectual, jornalista e jurista Rui Barbosa. Neste dia 5 de novembro de 2010, recém-saídos de uma vitoriosa campanha eleitoral, temos muito a comemorar.
Quando iniciamos o Governo Lula, em 2003, tínhamos no coração centenas de sonhos e um grande conceito: ampliar a compreensão e a gestão da Cultura para além da relação com os/as criadores/as, mas trazendo as dimensões cidadã e econômica para a pauta.

Oito anos depois, ao entrarmos na campanha eleitoral, tínhamos o que apresentar à sociedade brasileira em contraposição ao modelo “cultura é um bom negócio” aplicado nos oito anos do governo Fernando Henrique. Em que pese o muito a se fazer, não se tem dúvidas de que mudamos a lógica das políticas públicas de Cultura, com participação social, distribuição nacional dos recursos e atendimento à pequena e à grande produção cultural.

Assim, a Cultura mostrou na campanha uma grande vitalidade. Qualquer cidadão que pôde perceber os avanços saiu às ruas para defender este projeto e o voto em Dilma. Mostramos a diferença não somente na defesa de nossas pautas próprias, como Pontos de Cultura, Sistema Nacional de Cultura ou mais recursos, mas principalmente quando estivemos no teatro Oi Casa Grande defendendo valores culturais como símbolo da luta contra a miséria e por educação de qualidade. E como disse nossa presidenta eleita: sem a valorização da Cultura, nada disso é possível de verdade.

Se no primeiro turno a cultura ocupou as ruas, foi no segundo turno que se tornou o carro chefe do simbólico. E é isso que temos como garantia de que Dilma irá dar continuidade aos programas implementados por Lula, ampliando em número e grau as conquistas.

Essa continuidade está expressa no Programa de Governo apresentado à sociedade brasileira e se traduz em 13 pontos que tratam de: Cidadania cultural para todos os brasileiros; Valorização da nossa identidade e diversidade cultural; Cultura como eixo estratégico para o desenvolvimento do país; Fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura; Ampliação dos recursos para a Cultura; Estímulo às artes e às atividades criativas; Valorização da Memória e do Patrimônio Cultural; Promoção das línguas, do livro, da leitura e da literatura; Mais cultura e mais educação para os brasileiros; A juventude como protagonista da Cultura; Mais espaços para a Cultura nas cidades brasileiras; Difusão da Cultura com democratização da Comunicação; e Maior presença da Cultura brasileira no mundo. Estes pontos se desdobram em conjuntos de outros, todos disponíveis para o debate e contribuição coletiva.

Este 5 de novembro também é um dia de luta. Na próxima semana o Plano Nacional de Cultura estará na pauta da Comissão de Educação e Cultura do Senado, em sua última votação em caráter terminativo. O Vale Cultura está muito próximo de sua segunda aprovação na Câmara e também seguirá para sanção presidencial. A PEC do Sistema, pronta para sua apresentação na Câmara. Assim, dezenas de projetos necessitam de nossa mobilização cotidiana para avançarem cada vez mais rápido no Congresso.

Vivemos o tempo em que a Cultura brasileira tem pauta política e tem programa. Não viverá dos projetos isolados e necessitará da contribuição de todos/as. Vencemos com projeto e proposta, e temos a certeza de que o Brasil seguirá mudando com mais Cultura para mais brasileiros e brasileiras.
Viva o Dia Nacional de Cultura! Viva o povo brasileiro e sua diversidade cultural!


*Morgana Eneile é Secretária Nacional de Cultura do PT

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Reunião da Cultura - PT/RJ


A Secretaria de Cultura do PT/RJ vem, através desta , convocar seus membros e colaboradores para nossa reunião, que se realizará no dia 17/11/2010, quarta-feira, entre 17h e 20:30 h, no Sindicado dos Administradores, Rua 13 de maio, sala 802 ( local a ser confirmado na terça-feira).

Na oportunidade, trataremos dos seguintes assuntos:

Proposta de Pauta, sujeita à modificação

1) Análise preliminar da Campanha 2010, sob a ótica da Cultura

3) Tirar um posicionamento político sobre o valor estratégico da Sec. Estadual de Cultura do Governo do Rio do Janeiro para o Partido dos Trabalhadores e decidir se vamos ou não entregar um documento para a Direção do Partido.

2) Planejamento 2010/2011. (confecção documento a ser apresentado no dia 05/12 na reunião do Diretório do Partido sobre relação institucional PT/Cultura/Governo, Seminário da Cultura, Organização. Vamos dividir a pauta, o que discutir agora, o que discutir depois.

Atenciosamente,

Álvaro Maciel
Secretário de Cultura PT/RJ

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hoje tem Tiririca? Tem sim, Senhor! Eleições legislativas e política cultural

Flavio Aniceto

Causou furor a eleição do ator Francisco Everardo para a Câmara dos Deputados pelo desenvolvido, industrializado e cosmopolita Estado de São Paulo. Sim, Francisco é um ator, cujo personagem de mais sucesso e visibilidade é o palhaço Tiririca. Com este personagem, lançou-se à vaga, ganhou tempo de TV, apoio do partido e 1.300.000 votos. Vergonha, achincalhe, etc. e tal, foi o mínimo que se ouviu e leu. A nova é que Francisco “Tiririca” seria analfabeto e portanto inelegível. Tapetão? Ocorre que historicamente, com exceções claras e honrosas, foram os letrados, bem-nascidos e outros que provocaram vergonha na sociedade. Não falo como moralista, nada disso, mas os advogados, juízes, professores, médicos e até sindicalistas, chegando ao parlamento ocuparam-se de interesses de corporações poderosas em detrimento da maioria da sociedade.

Francisco à paisana ou como clown terá algum destaque em Brasília? Provavelmente não. Mas vamos aproveitar o fato para pensar em outros artistas e pessoas da área cultural e a relação destes com as questões de políticas culturais nos parlamentos que os abrigaram. Tiririca, pode ser semi-analfabeto, possivelmente o é, mas quantos intelectuais e artistas, nas câmaras e assembléias Brasil adentro não se mostraram analfabetos funcionais em relação à política cultural ? Prevaleceu, em seus mandatos, o atendimento de balcão, o usar o legislativo para pressionar – no melhor sentido – governos e empresários em apoio para projetos artísticos individuais ou semi-coletivos.

Devem existir exceções, mas a maior parte dos casos conhecidos, ao menos, tendo o Rio “Capital Cultural” como área de observação, foi de inanição e imobilismo dos parlamentares “da cultura” em relação a uma visão estratégica para o setor. Eventualmente defenderam causas legais e cidadãs? Não tenho a menor dúvida. Mas qual a contribuição para uma política permanente para a cultura? Tiriricas...

Aqui na Câmara do Rio, tivemos, citando só nomes recentes (anos 1990): Ruça, produtora cultural e ex-presidente da Escola de Samba Vila Isabel e Francisco Milani, ator, ambos eleitos em 1988, pelo outrora poderoso e cult PCB, e posteriormente o mestre Augusto Boal, teatrólogo e Antonio Pitanga, ator, eleitos em 1992, pelo – na época queridinho das “estrelas” - PT. Algumas legislaturas depois, 2002, acho, elegeu-se para a vereança carioca Stepan Nercessian, então presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos/RJ. Este último agora eleito deputado federal, pelo PPS.

No período Ruça/Milani vivíamos os complicados anos Sarney, Collor e Itamar, o primeiro, pioneiro nas leis de incentivo (cancros que dominam a área cultural até hoje), o segundo conhecido por extinguir as principais instituições de formulação cultural e o terceiro herdeiro em duplo sentido das duas formas. Itamar retomou em seu mandato-tampão as instituições, mas manteve a lógica das leis. E Boal/Pitanga, já eleitos nos anos Itamar e fechando os mandatos no período FHC, com o ministro da Cultura Weffort, radical em concentrar a política cultural nas leis de incentivo.
Evidente que estamos falando de vereadores do Rio e localizando o período na área federal de cultura. Parece uma contradição. Mas partimos do princípio de que as políticas de nível nacional, em quase todas as áreas – na cultura também – inspiram o nível municipal e estadual.

Ruça, Milani, Boal e Pitanga, nos enchem de orgulho, com suas trajetórias profissionais e os mandatos de vereador voltados para a cidadania e justiça social. Infelizmente Milani e Boal já não estão mais entre nós. Mas provavelmente, aos que se interessarem por uma pesquisa da ação legislativa não verão proposições mais gerais sobre cultura e política cultural. Boal adaptou a sua vitoriosa experiência estética e política com o Teatro do Oprimido, para o Teatro Legislativo... Pitanga fez o “Barracão Cultural”. Mas foi pouco e como já dissemos, o período político nacional não apontava para uma visão estratégica, e neste sentido, a produção legislativa também não.

Stepan, já no profícuo período Lula/Gil/Juca Ferreira, nem foi proponente de questões novas – ao menos que tenhamos conhecimento - , assim como não se movimentou em direção a discussão farta e presente no período sobre políticas culturais.

O único projeto estruturante para a cultura, veio do engenheiro Eliomar Coelho, eleito nos anos 1990 pelo PT e atualmente no PSOL, de criação do Conselho Municipal de Cultura. Apresentado em 1991, aprovado quase 20 anos depois, vetado pelo ex-prefeito Cesar Maia e parcialmente aproveitado pelo atual prefeito Eduardo Paes na gestão da ex-secretária de Cultura e deputada eleita, Jandira Feghali, do PC do B.

Ruça, Milani e Eliomar (em sua primeira fase) foram companheiros de Sergio Cabral, jornalista, pesquisador de MPB e produtor cultural, Edson Santos, militante de movimentos sociais e do movimento negro (anos mais tarde, deputado e Ministro da Igualdade Racial), Chico Alencar, professor e atuante também na área cultural (hoje também deputado federal pelo PSOL). Neste mesmo período, a atriz Neuza Amaral foi vereadora e outra veterana atriz, Dayse Lúcide, atualmente fazendo muito sucesso na TV Globo foi deputada estadual por alguns mandatos pelo RJ. Então vejamos que com todos estes quadros político-culturais, não existia na época uma concepção clara de política estruturante para a cultura. Não estavam nas pautas municipais, estaduais e federais.

O ator Stepan Nercessian, deputado pelo PPS/RJ, estará em Brasília a partir de 2011. Provavelmente outros nomes da cultura, das artes e da sociedade estarão eleitos, mas não serão cobrados como o ator Francisco Tiririca. O Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura, a PEC da vinculação orçamentária (2% do orçamento federal para o setor), a nova lei de incentivo PROCULTURA e outros temas estarão tramitando ainda em 2011, pois a morosidade legislativa e o desinteresse político perduram. Muitos deputados que não são especialmente da área cultural contribuíram e contribuirão para o andamento destes projetos.

Agora comprovado que é alfabetizado, sendo diplomado e empossado Tiririca terá que aprender que em Brasília se votam projetos para toda a sociedade, inclusive para os atores, os palhaços, os cantores, os bailarinos, os animadores culturais, os produtores culturais e muitos outros. Mas não só Tiririca tem muito que aprender...


Flavio Aniceto é Produtor Cultural

Senado Aprova Plano Nacional de Cultura – Brasília, 09/11/2010



Companheiros e Companheiras

É com imenso prazer que faço circular a notícia da aprovação do PNC,  pelo Senado, nesta terça-feira, nove de novembro de 2010.

O setor cultural do Partido dos Trabalhadores é um exemplo de luta, garra e dedicação a  causa da Democratização da Cultura no Brasil. Como secretário estadual, eu costumo enaltecer à militância cultural do PT e continuo dizendo que não há em nenhum outro partido tamanho comprometimento. E o Rio de Janeiro, através do histórico do seu Coletivo Estadual de Cultura, ocupa posição de destaque nesse processo.

Hoje da tardinha para noite a Secretaria Nacional de Cultura estará reunida para discussão de nossas pautas atuais e plano de ação para 2011, teremos três representantes RJ nesse evento, além da secretária Morgana. Amanhã, aqui no RJ , na Sede do PT/Mesquita, a SeCult PT/RJ e o Coletivo PT/Baixada realizarão reunião para discussão da criação da 1ª Sub Secretraria Regional do nosso partido aqui no estado, representativa do Coletivo de Cultura da Baixada Fluminense - PT/RJ.

Nosso papel na eleição presidencial 2010, foi uma mostra da força do campo cultural, participamos de forma contundente das diversas atividades espalhadas pelos municípios fluminenses e muito contribuímos para o sucesso da campanha, que culminou com a eleição da primeira mulher presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff.

Nossas realizações, no entanto não representam uma vitória particular, somente da Cultura  e/ou do PT. Essa conquista é uma vitória da Sociedade Brasileira e do conjunto de todos os partidos e cidadãos que  participam dessa luta, direta ou indiretamente. Avante PT Cultura! Temos ainda muito trabalho pela frente!

Viva a Cultura Brasileira!

Álvaro Maciel

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A cultura e campanha carioca - Mensagem de Ana Lúcia Pardo

Companheiros e Companheiras,

As duas palavras de ordem que nos propusemos no segundo turno dessa campanha cumprimos com maestria: REDE e RUA.

De um lado ressurgiu das cinzas, dos porões da ditadura, as forças conservadoras, reacionárias, facistas, que voltaram para torturar novamente Dilma Rousseff. Agora com outras poderosas armas.

De outro, ocupamos as ruas com nossa militância, retomamos à base popular de onde saímos e a nossa melhor forma de fazer política: dialogando, debatendo com cada homem e cada mulher nosso projeto de país.
Nossas redes sociais deram resposta e demonstraram o compromisso com um país que quer seguir mudando.

Fizemos uma campanha criativa, alegre, artística, cultural, humorada, a cara de nosso povo brasileiro.
Vencemos com essas armas a campanha suja de nosso adversário, que usou os métodos do big brother da tv brasileira copiada dos americanos, onde é preciso eliminar o outro para ganhar 1 milhão.

Assim como no filme de Costa Gravas, O Corte, em que um sujeito fica desempregado e para conseguir novo emprego elimina cada um de seus concorrentes.

Vencemos á tentativa de imprimir em Dilma o personagem do mal, da vilâ e do herói Serra, o homem de bem, também retirado da tv, dos folhetins, das telenovelas.
Como se houvesse um ser humano que reunisse em si somente o bem e outro todo o mal e não fossemos um somatório de erros, acertos e imperfeições, de peso e grandeza.
 
Vencemos esta etapa decisiva: Dilma foi eleita a primeira mulher a ocupar a Presidência da República.
Porém a luta continua. Serra disse em seu discurso que as trincheiras continuam. NA verdade a luta pelo poder.

Só lhes falta uma coisa que é imprescindível numa trincheira e do qual lhes falta: a luta.
Essa vitória veio do suor de nosssa camisas, de nossa raça, teimosia, resitência e ternura.

Brecht nos diz que os que lutam sempre, todos os dias, esses são os imprescindíveis.
Somos esses que não deitarão em berço esplêndido para descansar deslumbrados com a vitória.
Nossa vigília será constante pois o trabalho de (re) construção de nosso pais nunca estará terminado.
Temos ainda muitas urgências a corrigir, muitas populações à margem que precisam de nós.

Lula disse que Dilma cuidará do país, assim como ele o fez, mas esta é uma tarefa também de todos nós, os brasileiros.

Companheiros, me alimentei ontem dos abraços de todos vocês e estou forte de novo de meu cansaço para continar na Luta de cada dia, na luta de todos os dias. Não conheço outra forma de avançar. 
De novo, sempre, eternamente, agora com:
Dilma na Presidência do Brasil!!!!


Lúcia Pardo
 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Da Candelária 89 à Lapa 2010

 Fabio Lima
 
 
É galera! Em 1989, quando ainda nem votava, fui ao histórico comício do Lula na Candelária e pude compreender o verdadeiro sentido de sonhar. Sem medo de ser feliz deixei a vida me levar e sonhei. Aliás, sonhamos, afinal, compartilhamos um projeto coletivo de sociedade, de mundo. Lutamos de diferentes formas por uma sociedade mais justa, ajudamos a reescrever a História de nossas vidas e de tantos irmãos/irmãs, companheiros/companheiras que também acreditaram e acreditam que a esperança poderia se agigantar diante da calhordice da desesperança plantada pelos antigos donos do poder.
 
Nossa, quem diria que um dia passaria na Avenida da nossa história (ou no plural se preferirem) o samba popular? Chico Buarque avisara, mas quantos de nós chegaram realmente a acreditar que seria possível? Chegou 2002 e a ESPERANÇA venceu o medo. Mais que isso: começamos a derrubar os alicerces que por séculos calaram o protagonismo popular. Era chegada a hora do operário, nordestino, "analfabeto", sapo barbudo, deficiente...O anti-herói, a síntese do brasileiro em toda sua diversidade!
 
Isso mesmo, companheirada! Cada um de nós foi protagonista nesse processo. Reinventamos nossa memória, incluímos os de baixo na pauta, invertamos prioridades. Com transparência e respeito à cidadania subvertemos a ordem vira-lata que falava grosso com a classe trabalhadora e fino com os banqueiros. Ou, ainda segundo Chico, falava grosso com a Bolívia e o Paraguai e afinava com os Estados Unidos.
 
Vocês, alguma vez, pararam para imaginar o significado de tudo isso para as oligarquias tucanas, para a mais alta burguesia dos "Jardins" e afins, serem DEMOCRATICAMENTE vencidos por um projeto POPULAR? O que deve ter passado nas cabeças ou mesmo nos corações (eles devem ter um, né?) do tucanato, dos "pefelistas" - agora travestidos de "democratas" - após a consumação de sua derrota?
 
Essa indagação me fez lembrar de  "O Operário em Construção", de Vinícuis de Moraes, quando o patrão, intrigado com o que fazia seu empregado dizer-lhe não, levou-o "ao alto da construção/ e num momento de tempo/mostrou-lhe toda região/e apontando-a ao operário/fez-lhe a seguinte declaração/- dar-te-ei todo esse poder/e a sua satisfação/porque a mim me foi entregue (...)". Pois é, galera, "o operário disse NÃO!" Algo do tipo..."perdeu playboy, agora sou dono do meu nariz. Pede pra sair". Ou, como na belíssima obra de Vinícius "Mentira! Não podes dar-me o que é meu".".
 
E assim tem sido nossos últimos 8 anos. Não ao FMI, não às imposições da União Europeia, do G7,G8...G qualquer coisa! Gente, não precisamos mais dos THUNDERCATS para salvar o terceiro mundo. Aliás, não tem mais terceiro mundo! Estamos construindo uma nova ordem mundial e, nela, somos personagens principais. Afinal, "aqui nessa tribo/ninguém quer a sua catequisação/falamos a sua língua mas não entendemos seu sermão (...)" Vencemos! E nem precisamos do McGiver ( Magaiver, mesmo!).
 
Nossos heróis são anônimos, andam de pés descalços, bebem, riem alto e falam palavrão...mas jamais seguiram à toa! Em 2006 depois de, mais uma vez, enfrentarmos o aparelhamento da "grande mídia" (grande , mas dominada por seis famílias apenas) reelegemos Lula. Viva o jogo democrático! Mas nele também é preciso saber perder, ter o famoso "fair play" - prefiro espírito esportivo -. Mas nossas elites não tiveram.
 
Iniciaram, então, uma série de ataques sem qualquer direito ao contraditório - fundamento básico do Estado democrático de direito -. Passaram por cima das instituições e criaram um mundo paralelo que teimavam em tornar real -(ué...não se acham os pais do real? Pode até ser...Pena que o trataram tão mal e perderam sua "guarda"-). Justiça???? E eles entendem o que é isso? Instauraram os seus tribunais e numa orquestração fascista - refiro-me a Goebbels - disseminaram muitas mentiras (mas muitas mesmo) para que pudessem se tornar verdades. Mas aqui, doutor, não tem "nego burro não, meu irmão" e, mais uma vez não conseguiram.
 
Enquanto isso, no Brasil de verdade...Continuamos combatendo a miséria e a pobreza, desenvolvendo a economia com sustentabilidade e, o "sapo barbudo", com 83% de aprovação bate recordes atrás de recordes de aprovação POPULAR. Como também o fazem a criação de emprego, a renda média do trabalhador, o crescimento da economia, o combate ao desmatemanto...
 
Mas eu queria falar da cultura! Pela primeira vez tivemos um ministério da cultura ao invés de um balcão de negócios com dinheiro público! Avançamos com a descentralização e a democratização do acesso à cultura. Observamos - não!!!! - CONSTRUIMOS canais diretos de participação popular - SALVE AS CONFERÊNCIAS - e isso (é só o começo, mas já estou me estendendo) porque sabemos que não queremos só comida. Não seria possível avançar tanto se não libertássemos corações e mentes da opressão pasteurizada de quinhentos e tantos anos!!!! Valeu COLETIVO!!!!!!
 
Chegamos a 2010! (ufa!!!! Calma galera? Já vai acabar)! E, novamente, podemos reinventar nossa realidade e eleger a PRIMEIRA MULHER presidenta (ou presidente, pros que preferem). Mas o fato é que, semântica à parte, - É MULHER -. Isso num país que sempre foi estruturalmente PATRIARCAL é, mais uma vez, um AVANÇO incrível em nossas vidas e das futuras gerações que viverão longe do jugo machista que ainda mantém viva a expressão dos senhores de engenho, do coronelismo e de tantos outros "ismos" que tentam perpetuar em nossa condição mais elementar de seres humanos.
 
É, portanto, a primeira vez, desde a redemocratização, que vamos às urnas votar pra presidente sem a presença do Lula. Entretanto, vamos com alegria e com a esperança renovada porque, de novo sem medo  de ser feliz elegeremos - que assim seja - algo representa tantas vidas que "através da nossa história" sempre foram relegadas ao segundo plano e que, agora, afirmarão o SEU PROTAGONISMO!
 
"Mulher, mulher/O que a gente quer? É Dilma presidente"!!!!! (Valeu Rolo e Claudinho Sales)
 
Valeu, galera!!! Obrigado por poder fazer parte dessa HISTÓRIA!
 
Dia 31 é 13!!!! Dia 31 é 13!!!! Dia 31 é DILMA!!!!!!
 
 
Beijos pra quem é de beijo; abraço quem é de abraço e..."Vamos pra Lapa"!!!!
 
Fabio Lima é professor.