terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Golpe Acelera Desmatamento na Amazônia


Segundo levantamento do Ipam, agosto de 2015 e julho de 2016, a Amazônia perdeu 7.989 km², o equivalente à  128 campos de futebol por hora de floresta .   Essa é a maior taxa desde 2008, a partir de dados oficiais do próprio governo federa. Os estados que registraram maiores aumentos na taxa de desmatamento foram Amazonas, Acre e Pará, com incremento de 54%, 47% e 41%, respectivamente. (fonte: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - http://ipam.org.br/).

Ou seja, enquanto o Congresso golpeava a democracia os fazendeiros golpeavam floresta amazônica. Em Julho de 2015 o ex presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado na lava a Jato de receber propina, declarava oposição à Dilma e, juntamente com outros parlamentares citados, daria início a uma implacável perseguição à presidente Dilma, até seu impeachment. O levantamento do Ipam revela que neste período, agosto de 2015 e julho de 2016, ocorrera no Brasil  uma vergonhosa “farra do boi”.










segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

2017 – Cultura, Resistência e Gestão Pública



Jan/2017

A ameaça aos direitos dos brasileiros é uma das principais pautas dos movimentos sociais populares e partidos de esquerda, diante da situação do golpe de 2016.

Antes de avançarmos no debate político cultural não podemos esquecer que foram os governos petistas que transformaram a vida de cerca de 40 milhões de pessoas que viviam na pobreza ou na situação de miséria extrema. No entanto, outros 17 milhões, aproximadamente, ainda se encontram na faixa da pobreza absoluta, sem acesso à moradia digna e lutando contra a fome. Após o golpe de 2016 essa faixa da população ficou totalmente abandonada e sem perspectiva de qualquer avanço.  Há ameaças e retrocessos visíveis nos diversos setores como cultura, esporte, direitos humanos, trabalho, previdência e assistência social, dentre outros.

No campo da cultura, entre 2003 e 2014, no âmbito do governo federal, surgiram boas experiências de programas e políticas públicas com foco nas potencialidades regionais. O Ministério da Cultura foi reinventado e foram disponibilizados recursos, apoio, mapeamento, reconhecimento e divulgação às inciativas culturais, com significantes resultados na melhoria da qualidade de vida nos diversos territórios e regiões do país.  A cultura, com sua forte produção simbólica, teve a demanda amplamente expandida num período de 12 anos consecutivos.   

Do golpe para cá a cultura vive um momento de extrema fragilidade. Desde a tentativa de Temer de extinção do Ministério da Cultura vimos se confirmar a triste realidade de que a cultura não está entre as políticas centrais deste governo, que no lugar de ações positivas para o fortalecimento da pasta, assume um perfil figurativo para ela, em declaração pública do próprio ministro da cultura, Roberto Freire. Em diversas regiões do Brasil artistas, gestores, produtores e ativistas culturais se reuniram para formar o movimento de resistência cultural  que ganhou força com a mobilização contra a extinção dos órgãos específicos de cultura; secretarias e fundações, bem como fechamento de equipamentos culturais.

Neste momento difícil de uma crise tão aguda os prefeitos e prefeitas, em início de novos mandatos, 2017/2020, precisam encontrar na gestão pública caminhos que ajudem as cidades a retomarem o equilíbrio das finanças, a geração de empregos e o fortalecimento da economia local.      
             
Uma boa estratégia para a  gestão municipal começa pelo reconhecimento da cultura como setor estratégico ao desenvolvimento, através das dimensões da cultura: simbólica, social e econômica. Deve-se investir no fortalecimento dos canais de comunicação com a população local, em busca de maior proximidade possível com  os fazedores de cultura para elaboração e aplicação de  uma política cultural baseada nos princípios do respeito aos valores, ao meio ambiente e à diversidade cultural.

É necessário olhar para além das políticas de ocasião, geralmente voltadas exclusivamente para realização de eventos.  Uma gestão contemporânea de cultura considera que a implantação de políticas estruturantes e permanentes impulsiona as atividades do campo cultural e, num grau mais adiantado de amadurecimento da gestão, se constitui num dos pilares para a recuperação da economia como um todo.

Um modelo de gestão cultural bem elaborado; com a valorização das artes e das manifestações culturais locais, como parte de um plano de cultura integrado à saúde, turismo e educação; em muito ajudará na promoção do bem estar social e na projeção da imagem das cidades.

A missão de reforçar a ideia da cultura como vetor de desenvolvimento inclui ainda a busca de parcerias com o setor privado. Seria um erro crasso abrir mão da cultura neste momento de procura por  alternativas para a saída da crise.   A movimentação cultural de uma localidade, bairro ou cidade, além de gerar bem estar social gera renda e faz girar a economia.

As tendências que se anunciam para 2017 ameaçam muitos municípios com a possível perda de espaços culturais. Diante dessa conjuntura de insegurança e de crise estrutural os movimentos de resistência cultural precisam manter a mobilização organizada em torno da defesa ao Sistema Nacional de Cultura e da luta por sistemas de fomento que tenham um rol diversificado de instrumentos financeiros, com diferentes modalidades e formatos disponibilizados à cadeia produtiva do setor.  

O contexto da crise não pode ser usado como desculpas para o desmonte do setor. A cultura, com suas potencialidades e urgências, não pode abrir mão das suas estruturas de gestão e dos equipamentos culturais já existentes.  


Secretaria Estadual de Cultura - PT RJ