sábado, 27 de maio de 2017

O Brasil Chora a Morte de Mãe Beata

Foto de Francisco Moreira da Costa
Em primeiro lugar tenho quero pedir licença aos mais velhos para falar sobre uma pessoa tão importante para o Candomblé, cuja morte abalou abateu o país. Mãe Beata de Iemanjá nasceu na cidade de Cachoeira do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano e veio para Rio em 1960. Em 1985 fundou seu terreiro em Nova Iguaçu, que mais tarde passaria a ser uma referência para o debate e a prática da cultura afro-brasileira. 
Mulher forte se adaptou à Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, lugar onde se firmou como uma das principais lideranças da religião, sem, no entanto deixar de declarar seu orgulho de ser baiana nem de fazer referências às suas origens: “sou Beatriz Moreira Costa, Mãe Beata, mulher negra nascida no Recôncavo baiano, às margens do rio Cachoeira do Paraguaçu”.  É importante lembrar que seu terreiro Ilê Omi Oju Aro, no bairro Miguel Couto, virou patrimônio cultural e entrou para o mapa da cultura do estado do Rio de Janeiro. Seu trabalho social abrangia muitos bairros da região. O terreiro era frequentado por pessoas das mais simples até políticos, artistas e intelectuais de renome. Além do culto religioso Mãe Beata realizava muitas festas e encontros culturais, todos abertas à comunidade.
Em 2014 quando Marina Silva, então candidata à presidência da República, se referiu ao Candoblé como seita. Mãe Beata a rebateu publicamente em carta onde explicou a grandeza de sua religião. O documento foi publicado em diversos jornais do país. Conforme os trechos do documento, que seguem:
“... nós não cultuamos satanás. Cultuamos Olorum, Obatalá, Ododuá e Exú, que é o grande dinamizador. Cultuamos os inquices e os vodunces que são deuses como Dafé e Jeová. Cultuamos deuses de energia da natureza que é a coisa mais suprema que pode existir. Por que somos natureza, filhos da natureza. Ao qual a Senhora terá um grande compromisso de preservar essa natureza que pede socorro, pelo descaso de pessoas inconsequentes...”.
“Eu me julgo uma mãe do mundo por que sou de Iemanjá, Orixá que dos seus seios brota a água suprema, que é o leite que amamenta aqueles que a sociedade repudia a exemplo dos gays e das lésbicas. Eu sei chorar com olhos do meu irmão e abraçar esses.”  
Foi pela página de Adailton Moreira, seu filho, que ficamos sabendo da triste notícia de sua morte: “É com imenso pesar que comunico o falecimento de minha mãe biológica Mãe Beata de Iyemonjá. Olorun a receba com glória. Posteriormente informo maiores detalhes”.

Amada por uma imensidão de seguidores, Mãe Beata possuía uma consciência política e intelectual que muito influenciava o meio sociocultural fluminense e brasileiro. Sua morte abateu demais o país que ela tanto amava. Ela deixa na terra ensinamentos de igualdade, liberdade e respeito, que devemos propagar. Suas mensagens são de ternura e muita profundidade. Uma defensora mor dos Direitos Humanos, que tinha no combate à intolerância  religiosa sua bandeira constante e a partir da qual ela discutia temas ligados à diversidade como um todo.
Registramos assim o nosso respeito e admiração a essa linda pessoa que nos deixa neste dia. Que sua luz continue a nos iluminar, agora como uma estrela no firmamento. 



Coletivo Estadual de Cultura do PT-RJ

terça-feira, 23 de maio de 2017

NOTA EM REPÚDIO À ATUAÇÃO DO DEPUTADO ANDRÉ CECILIANO COMO PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA DO RIO DE JANEIRO




A Secretaria Estadual de Cultura torna pública a sua insatisfação com atuação do Deputado André Ceciliano na presidência da Assembleia do Rio de Janeiro.

Não concordamos com a teimosia do parlamentar, que se diz petista, e quer incluir na pauta desta quarta-feira a votação o projeto que aumenta a contribuição previdenciária de 11% para 14%. Celciliano está agindo à revelia da Bancada do PT e da resolução aprovada no Congresso, na qual o PT se coloca como oposição ao governo  de Luiz Fernando Pezão. Também a Direção Executiva do partido se colocou contrária a sua atitude.

Nas diversas reuniões e conversas internas com participação dos membros da Secretaria Estadual de Cultura do PT, tiramos a posição de que o PT precisa punir o Deputado Estadual André Ceciliano. Se ele  quiser atuar com o aliado do PMDB ele deve se desligar do PT.   

A inclusão do aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos na pauta é considerada pelo Coletivo Estadual de Cultura do PT como TRAIÇÃO  às tradições do PT. Nosso partido sempre se colocou ao lado da luta dos trabalhadores em defesa dos seus interesses. Destacamos, ainda, que os servidores cumprirão mais três anos de salários congelados, conforme o pacote de maldades imposto aos estados pelo Congresso e governo federal. 

Secretaria Estadual de Cultura - PT/RJ



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A BANCADA DO PT DIZ NÃO AO PACOTE DE MALDADES DO PEZÃO


Nós, deputados estaduais que constituem a maioria da bancada do PT na Alerj, reafirmamos a nossa posição absolutamente contrária ao pacote de medidas do governo Pezão.

Somos contra o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14%, medida que não é sequer prevista no Plano de Recuperação Fiscal dos Estados.

Somos contra a inclusão dessa proposta na pauta de votação da Alerj

Somos contra qualquer medida que imponha ainda mais sacrifícios aos servidores ativos e inativos.

Estamos lutando para reverter a autorização aprovada pela Alerj, para a venda da Cedae.

Como parlamentares do PT, cujo recente Congresso Estadual aprovou resolução condenando o pacote de maldades do Pezão, entendemos que não há nenhuma possibilidade de qualquer membro do partido votar a favor de qualquer medida contra os servidores.

Nesse sentido, encaminharemos à Direção Estadual do PT denúncia sobre a posição do deputado André Ceciliano para que, confirmada a sua posição contrária à deliberação partidária, sofra as sanções previstas no Estatuto do partido.

Gilberto Palmares, Líder da bancada
Waldeck Carneiro
Rosangela Zeidan

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Resolução da Executiva Estadual sobre o Deputado Estadual André Ceciliano


"Embora reconheçamos a fidelidade do deputado André Ceciliano ao PT, quando nos piores momentos e enquanto muitos fugiram com medo de defender o partido junto ao eleitorado e saíram por oportunismo eleitoral, André ficou e defendeu o PT, inclusive como candidato a prefeito na eleição de 2016 em Japeri, perdendo por quase nada: 611 votos.

Apesar disso, não podemos concordar com suas posições a respeito do pacote submisso e neoliberal de Pezão, que não abre a caixa preta do Estado e apenas penaliza os servidores. Já houve o episódio da lei que autoriza a privatização da CEDAE, na qual André Ceciliano votou contra a orientação do partido e da bancada. Pela consideração e respeito a sua história o partido apenas aplicou uma censura pública ao deputado.

Mas agora, com a votação do aumento da taxação dos servidores ativos e inativos, jogando apenas o custo da crise no lado mais fraco, indo completamente contra as posições do partido, não temos outra posição a tomar que não seja:

1 - Suspensão imediata dos direitos partidários, inclusive de sua filiação, por seis meses;

2- abertura de comissão de ética para apurar a desobediência do deputado e propor as medidas disciplinares cabíveis no Pelo Estatuto."


quinta-feira, 18 de maio de 2017

A Cultura PT RJ no Sarau dos Trabalhadores - maio/17

 

Na sexta feira, 12/05, a Secult PT RJ participou do evento cultural Sarau dos Trabalhadores promovido pelo Mandato do Deputado Estadual Gilberto Palmares. Nesta edição Gilberto homenageou os Anistiados do Plano Collor, com lançamento de um vídeo com  diversos depoimentos dos anistiados. O evento foi realizado na sede do Sinttel – rua Morais e Silva, 94, no Maracanã.

Foi uma festa muito calorosa, onde aconteceram diversos reencontros de militantes históricos do Partido dos Trabalhadores e de simpatizantes ao Mandato do Deputado Gilberto Palmares. Os convidados curtiram os bate papos, os caldos e as atrações artísticas. O Vereador Reimont esteve presente. O vídeo foi a atração principal do Sarau dos trabalhadores organizado por Palmares para reunir companheiros, ouvir música e poesia, dançar e confraternizar.

“O momento está superdifícil, vivemos lutando para manter direitos duramente conquistados, por isso é tão importante resgatar nossa história e confraternizar”, afirmou o Deputado.

Anistiados do Plano Collor: uma história de resistência

Cento e dez mil servidores públicos foram demitidos de uma hora par outra. Muitas carreiras profissionais foram destruídas e muitas famílias foram profundamente impactadas. Uma grande quantidade de trabalhadores entrou em depressão e alguns cometeram suicídio. Esta é realmente uma história marcante, de sofrimento e luta, na qual  os demitidos durante o governo Collor de Melo deram início a longa  luta pela reintegração, que  se estende até os dias de hoje.


23 anos da Lei 8.878

Foi a Lei 8.878, que permitiu o retorno ao trabalho de milhares desses demitidos. Ela completa 23 anos neste mês de maio e para comemorar e refletir sobre a data,  o mandato do Deputado Estadual Gilberto Palmares (PT) lançou na segunda sexta-feira do mês, dia 12, o vídeo: “Anistiados do Plano Collor: uma história de resistência”, dando voz aos que sofreram na pele com aquelas medidas arbitrárias tomadas contra os trabalhadores.


Agradecimentos: 
Ao Deputado Gilberto Palmares, pelo convite e recepção. 
Ao companheiro e companheiras Hênio Costadella, Célia Cunha e Tati Guimarães, que nos ajudaram com o conteúdo, informações e fotos . 






sábado, 13 de maio de 2017

13 de Maio – Por um Brasil mais igualitário!

por Álvaro Maciel

É preciso combater o racismo no Brasil, pois, não haverá avanços mais profundos em nossa sociedade enquanto os problemas da população negra não forem resolvidos.

Há anos que a militância do Movimento Negro do Brasil exige a implementação de políticas públicas específicas para a população negra nos campos da educação, saúde, cultura, assistência social, habitação, dentre outros.  Ainda que pesem os avanços experimentados no âmbito de alguns governos, o Estado brasileiro não foi capaz de promover, de forma definitiva, a igualdade racial em nossa sociedade.

Ainda convivemos com a triste realidade da desigualdade de oportunidades e da falta de políticas específicas acessíveis à população negra, que continua como maioria absurda em todas as pesquisas a respeito da exclusão social.

Tudo o que se viu de conquistas que referem às políticas afirmativas, implantadas nos últimos 14 anos, está sendo destruído pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Vivemos hoje um clima de violência e perda de direitos que somente pode se comparar aos tempos da ditadura militar. Podemos afirmar, ainda, que negros e negras no Brasil não têm seu direito de ir e vir garantido. 

Precisamos, urgentemente, rever nosso formato de segurança pública. O modelo que aí está é inaceitável. As práticas policiais, por exemplo, continuam arcaicas, copiadas da polícia do Brasil Império, quando apenas uma parte da população era alcançada pelos direitos civis. 

A população negra é constante desrespeitada. Não podemos aceitar o neoliberalismo que o PSDB quer impor ao país neste momento. Será preciso muita luta e enfrentamento político para barrar esse projeto golpista que avança feroz sobre negros e negras de nosso país. 



Dedico o 13 de Maio aos militantes do Movimento Negro do Brasil, em seus diversos segmentos; que surgiu para combater e denunciar o racismo e a discriminação, em oposição ao mito da democracia racial no país, usado para desestimular a luta organizada. Por um Brasil mais igualitário!











O 13 DE MAIO DO RETROCESSO

                

Por Almir Aguiar   

O Brasil viveu durante mais de uma década, a partir da eleição de um operário, em 2002, não só um período de desenvolvimento econômico em todos os setores da economia, como também de avanços importantes no campo social. Os brasileiros retomaram a esperança roubada pela ditadura militar. O projeto dos trabalhadores trouxe melhorias consideráveis para a população negra, maioria absoluta que ainda se encontra na base de uma das mais desiguais pirâmides sociais do mundo. Esta inclusão, longe de representar a igualdade de oportunidades por nós sonhada, promoveu avanços na qualidade de vida das pessoas que vivem nas regiões mais pobres do Brasil.

Utopia roubada


Programas de distribuição de renda, ganhos reais do salário mínimo, acesso às universidades através da política de cotas ou de fundos de financiamento do ensino, ampliação das vagas na educação infantil e escolas técnicas, foram algumas das medidas que desenharam, pela primeira vez na história de nosso país, um cenário que representou os primeiros passos para o resgate da utopia popular, de vivermos numa sociedade justa e de contínuo combate ao preconceito racial e a toda a forma de discriminação. Entretanto, este processo histórico foi rompido por um golpe de estado. 





Derrubado o governo democrático de Dilma Rousseff, os golpistas começaram, com uma pressa sem precedentes, e sem debater com a sociedade, a impor um projeto de desarticulação das políticas afirmativas, da retirada de direitos dos trabalhadores e da implementação de uma proposta econômica de subserviência ao grande capital e aos interesses de mercado, aumentando a concentração de renda, a desigualdade, o desemprego, a miséria e a injustiça social. Este projeto pratica os maiores ataques aos direitos trabalhistas de toda a história e afeta ainda mais negros e mestiços, que já sofrem historicamente com a imensa dívida social brasileira e o racismo de nosso processo civilizatório.

Retrocesso social


Negros e negras, ainda excluídos em favelas e periferias ou nas ruas das grandes cidades, voltam a ter suas esperanças castradas por uma elite racista e desumana. O governo Temer desmonta toda a estrutura da legislação trabalhista garantida pela CLT, pela Justiça do Trabalho e pela estrutura sindical e impõe uma política uma agenda neoliberal para aprofundar a miséria e as desigualdades.

Se antes, a população negra, livre da escravidão literal a partir da assinatura da Lei Áurea, em 1888, mas mantida inteiramente à margem da sociedade, já não tinha muito o que comemorar, que dirá agora, diante de tamanho retrocesso social. As oligarquias brancas, racistas, chegam ao ponto de apresentar, no Congresso Nacional, um projeto que substitui o salário por acesso à alimentação e moradia. Se o projeto das elites derrotar a reação popular, vamos retroceder às relações sociais e de trabalho do século XIX. Não é exagero afirmar que, além da simbologia, o retrocesso reafirma a figura do senhor da casa grande e do escravo da senzala. É o triunfo da visão etnocêntrica do colonizador, que vê o Brasil com o olhar de fora para dentro, de desprezo absoluto p elo Brasil e por seu povo.

 A saída está no povo


Como nas revoltas dos negros que garantiram o fim da escravatura, novamente o povo brasileiro se vê diante de mais um desafio histórico, onde ele, negro e pobre, precisa ser o protagonista e sujeito histórico para derrubar este governo e este projeto que espolia todos os trabalhadores brasileiros. Precisamos, trabalhadores negros e brancos, lutar para derrotar este projeto racista e perverso, que torna o país ainda mais injusto e desigual, envergonhando o Brasil diante de uma opinião pública internacional perplexa e apreensiva com a nação que tem tudo, mas não consegue realizar a emancipação de sua gente. A solução, a saída para nossos impasses está mais uma vez, não nas elites, que patrocinam o projeto do governo Temer, mas no povo brasileiro, que precisa retomar as rédeas do processo histórico e social em busca da igualdade de oportunidades e da justiça social. 



“Vamos abolir a discriminação e promover a inclusão por mais contratação de negros e negras nos bancos”

*Almir Aguiar é o Secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - CONTRAF-CUT                                                                      

sexta-feira, 12 de maio de 2017

GT de Cultura do 6º Congresso Estadual do PT RJ


Apresentamos o documento que foi elaborado coletivamente através das diversas contribuições dos membros participantes do GT de Cultura do 6º Congresso do PT RJ 

Cultura, Diversidade e Resistência Democrática

O governo ilegítimo e golpista de Michel Temer segue cumprindo suas metas de esvaziamento de serviços e programas sociais. Uma de suas estratégias é a paralisação dos órgãos colegiados, aqueles  que reúnem governo e sociedade civil no diálogo para a elaboração de propostas de política públicas.  Logo após a extinção dos ministérios da Igualdade Racial, de Mulheres, da Juventude e dos Direitos Humanos o governo federal prosseguiu  ameaçando e oprimindo a classe trabalhadora e a extinguir direitos previdenciários de trabalhistas.
                                                                                                                                      
A Cultura tem se dedicado à luta de resistência na defesa de suas pautas, relacionadas à cidadania cultural, que se traduz no direito de acesso aos bens culturais. Vamos continuar mobilizados  na luta para recuperação de programas do Ministério da Cultura, essenciais ao povo brasileiro, que não pode abrir mão de ter acesso  a livros, filmes, artes plásticas, discos, shows musicais, teatro...  produtos e bens culturais em geral.

Neste momento, o que assistimos é o aumento da  vulnerabilidade de jovens pobres, na maioria negros e de periferia,  expostos violência física e simbólica, onde o único aparato do Estado é uma polícia violenta e despreparada, que cotidianamente comete as maiores atrocidades.

Estamos atentos e denunciamos a luta dos povos quilombolas e indígenas, que sofrem mas mãos desse governo, que ao invés de protege-los e atender suas reinvindicações, busca inviabilizar as demarcações de duas terras e anular os processos que já tramitavam em seus departamentos.  Defendemos que a Constituição Federal seja cumprida e que os  direito dos povos indígenas  e quilombolas sejam respeitados, pois, eles precisam de  suas terras para viverem de acordo seus planos coletivos,  culturas, modos,  religiões e cosmovisões .

Os golpistas desrespeitam a luta das minorias e desprezam todo acúmulo e demandas dos movimentos sociais.  Produz um cenário de escassez de recurso para justificar o não  amparo  às políticas LGBT , mulheres, juventude,  e de outras minorias.


A Conjuntura Política e os Desafios da Cultura no Rio de Janeiro

De 2015 para cá vivemos o agravamento da crise política no Brasil. Atravessamos o tenebroso período de um golpe de Estado no Brasil, com uma campanha midiática atormentando diariamente os lares brasileiros e retirando da população doses homeopáticas de esperança e autoestima. Após décadas de um continuo bombardeio midiático os estragos psicológicos coletivos são bastante complexos, o que aumenta a necessidade de mais investimentos nas políticas públicas culturais. As conjunturas política e econômica vigentes anunciam a necessidade de medidas de austeridade. Precisamos ter máxima com as desigualdades econômica e social e os grupos culturais em situação de vulnerabilidade. Por isso, nesse momento tão difícil é importante pensar a cidade sobre o prisma da Cultura e através dele entender sua força estratégica para os enfrentamentos atuais e futuros.

É preciso entender a disputa da cultura em relação às outras políticas públicas. A Cultura não pode perder espaço por conta da crise política e econômica, pois, ela é essencial à vida e estratégica ao desenvolvimento.  O PT deve se empenhar para mudar a atual realidade atual do estado, cujos recursos são concentrados na capital, e exigir políticas culturais que  alcancem os artistas e grupos culturais dos municípios mais afastados dos grandes centros.  Os bolsões de pobreza, repletos de problemas crônicos, tornaram-se comuns no cotidiano fluminense. Muitas vezes somos induzidos a pensar mais em medidas paliativas do que em políticas públicas mais trabalhadas. O PT tem acúmulo bastante para propor ao estado a implantação de uma política de Estado para a cultura. Que a bandeira da Cultura seja, inclusive, um aponte para a disputa pelo governo do estado, no pleito eleitoral de 2018.


O PT e a Cultura

O PT liderou a construção de uma política de Estado para a cultura, fundamentada, e formulada através do diálogo com diversos setores da sociedade, visando a consolidação do Sistema Nacional de Cultura, calcado nos seus três eixos estruturante - Conselho de Cultura, Plano de Cultura e Fundo de Cultura, conhecidos simpaticamente como o CPF da Cultura.  Não há dúvida que uma parte do caminho foi realizada.  Neste momento de crise profunda  entendemos que Cultura deva lutar por sua valorização dentre as políticas públicas de forma organizada.  A nossa proposta é a realização de um planejamento estratégico para a cultura integrando-a a outras políticas. É retirá-la do campo periférico e colocá-la na agenda das cidades.

Na Cultura acreditamos que o tripé conceitual; social, simbólico e econômico;  possa retratar o seu poder transformador e constitutivo das cidades. Uma força que não pode, em hipótese alguma, ser desprezada por governos que tenham pretensões de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs.

Essa deve ser a marca do PT-RJ para o setor. Os dirigentes petistas, bem como seus parlamentares,  devem influenciar  os grupos políticos locais, legislativo e executivo do Estado do Rio de Janeiro, em prol da mudança da gestão cultural comum e habitual para uma nova visão de gestão cultural transformadora, utilizando os conceitos contemporâneos de cultura que tenham como objetivo a cidadania cultural.

A Secult PT RJ recomenda à nova Direção Estadual do PT-RJ, eleita no 6º Congresso Estadual, deve reforçar a ideia de que as atividades culturais, dentro de um quadro de planejamento público, têm peso significativo para a economia. Por isso sustentamos que os investimentos, público e privado, na cultura são formas de promover sua regeneração socioeconômica que podem alavancar a saída da crise.

Defendemos, pois, a Cultura como vetor de desenvolvimento sustentável em nosso estado, e solicitamos que a Direção Estadual do PT-RJ possa orientar os governos petistas no sentindo da implementação desses conceitos em suas gestões, tendo o Sistema de Cultura e seus elementos básicos, Conselho, Plano e Fundo, como  petista de gestão cultural .


GT de Cultura do 6º Congresso Estadual do PT/RJ

Nossa homenagem especial à JPT-RJ que conquistou importante vitória na Plenária



A Cultura PT RJ participou  do 6º Congresso, onde ajudou a promover o diálogo construtivo e interagiu com os diversos segmentos presentes









Informes sobre o 6º Congresso do PT-RJ




“Fora Temer” e “Diretas já” marcam o Congresso Estadual do PT

Mais de 500 pessoas, entre delegados e observadores, compareceram à Uerj neste fim de semana,  06 e 07/05, participando do Congresso Estadual do Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro. Nos dois dias de debates políticos, as palavras de ordem que mais marcaram o evento foram “Fora Temer” e “Diretas já”, demonstrando a disposição de luta da militância de todo o Estado do Rio. Washington Quaquá foi reeleito presidente regional do partido, para um mandato de dois anos. A composição geral da nova direção estadual ainda depende de indicações dos nomes por parte das chapas que disputaram a eleição congressual.
  
Para Quaquá, congresso estadual serviu de reconstrução do partido

“O nosso congresso serve de reconstrução do partido e, consequentemente, de reconstrução da democracia brasileira”, afirmou Washington Quaquá, presidente reeleito do PT do Rio de Janeiro. No primeiro dia do congresso estadual, Quaquá lembrou que o Rio de Janeiro é fundamental nesse processo nacional de combate ao golpe. Ele defendeu o recadastramento eleitoral de filiados do partido e a criação de núcleos partidários, acrescentando que o PT deve estar estruturado para viabilizar a candidatura de Lula à presidência da República. Quaquá ressaltou ainda que “nós temos compromissos também com quem morreu lutando pela construção do PT”.

“Nós não temos o direito de errar”, afirma Gleisi

“Nós não temos o direito de errar com essa nova oportunidade que o povo está nos dando. As pessoas olham para nós e dizem: “Você têm que fazer alguma coisa; vocês já estiveram lá!”. Um dia desses, o Lula me disse: “Eu posso esperar até 2018; mas o povo, não”. E é isso que nós estamos vendo: a fome está voltando”. A declaração é da senadora Gleisi Hoffman, do PT do Paraná, ao falar na abertura do Congresso Estadual do PT do Rio de Janeiro. Candidata à presidenta nacional do partido, Gleisi disse que “nós temos que ter a generosidade de discutir nossas diferenças, que são poucas, considerando o que temos que lutar na sociedade. Precisamos trabalhar com os movimentos sociais. Temos que ser radicais contra esse governo. Nós estamos enfrentando o capital financeiro, o empresariado e os meios de comunicação!, frisou a senadora. Ela defendeu ainda que “temos que lutar pela antecipação de eleições gerais para ainda este ano”.

“Nós subestimamos a luta de classes”, diz Lindbergh

“O que está acontecendo é a segunda intervenção imperialista na América Latina. A primeira foi na época das ditaduras militares na região. E agora tem uma segunda intervenção. O neoliberalismo não rima com democracia e por trás disso tudo estão os Estados Unidos. Nós sofremos um golpe de classe e subestimamos a luta de classes. A gente tem que diminuir internamente a briga de tendências e discutir mais o PT”. A afirmação é do senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, ao participar do primeiro dia do congresso estadual.  Lindbergh, que é candidato a presidente nacional do partido, disse que, “hoje, já existe formada uma maioria que garante a eleição da Gleisi como presidente do partido, mas vou continuar percorrendo o país para discutir o fortalecimento do PT. Fragilizar o PT é fragilizar os trabalhadores brasileiros. Nossa bandeira tem que ser a luta pela antecipação das eleições gerais e colocar o Lula de volta na presidência da República. Mas não me peçam pra depois fazer conciliação com a Rede Globo. Tem que ter povo mobilizado; temos que ter um novo programa, fazer reformas de base”, destacou.

Fonte: Secretaria Geral do PT do Rio de Janeiro - maio de 2017

Secretário geral do PT do Rio de Janeiro: Jorge Florêncio

Redator: Fernando Paulino (Reg. Prof. 12.682 – SRT-RJ)


Presidente regional do PT do Rio de Janeiro: Washington Quaquá


Credenciamento

Juventude Presente







segunda-feira, 8 de maio de 2017

Deu Macron - viva a França e sua democracia!



                                                                                                                  (por Álvaro Maciel)

Quando se fala em democracia podemos afirmar que a França é uma referência exemplar. E mais uma vez ela vira notícia pelo belo exemplo que deu ao mundo, neste domingo, 07/05, ao eleger seu presidente, com 65,5% dos votos, contra 34,5% de sua adversária. Foram apresentadas, no 1º turno, 11 propostas diferentes. O povo francês pode escolher, com tranquilidade, entre as duas que foram para o 2º turno. É importante destacar o clima democrático, onde as diferenças foram tratadas no campo das ideias e não da disputa odiosa.  

As eleições francesas nos mostram um quadro interessante; a vitória de Emmanuel Macron, que soube defender sua proposta programática, de centro, teve um tom bem diferente daquele formato truculento e populista de Trump, que vimos no EUA. Com apenas 39 anos, Macron convenceu o povo francês de que é preciso renovar, porém, com moderação. Uma vitória esmagadora sobre, Marine Le Pen, de extrema direita, que preferiu apostar no descontentamento da população. Um sensacionalismo que não colou.




Enquanto no Brasil, campeões e derrotados dos campeonatos estaduais, curtem a ressaca da vitória ou da derrota; o povo francês curte e comemora a vitória de um projeto político para seu país, concebido de forma republicana. Sou flamenguista e não escondo que estou daquele jeito; vibrante, aliviado e alegremente ressacado. Todavia, não me sai do coração e da mente aquele desejo de ver o povo brasileiro discutir, conceber e eleger o seu projeto de país.  

Em 2016 o Brasil sofreu um golpe de Estado, com o afastamento de uma presidente eleita pelo povo. 
O golpe deu início a um processo continuado de ataques à C.F./88, visando à extinção de direitos dos trabalhadores. Os governantes ilegítimos farão de tudo para manter o poder, a começar pela eliminação de seus adversários e/ou prorrogação do mandato.  Uma vez o golpe instaurado, o seu aprofundamento é consequente.

Somente com o restabelecimento da democracia brasileira poderemos voltar a comemorar vitórias cotidianas plenamente, inclusive, no futebol. Parabéns aos times campeões. Merecemos pelo menos esse alento. Vamos torcer e lutar para que seja campeã também a nossa democracia!


  











sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nosso Adeus ao Mestre Almir Guineto


Para o mundo do samba a morte de Almir, nesta sexta feira, 05/05/17,  é considerara “irreparável” por tudo que ele  representa para a música e a cultura brasileira. Várias gerações cresceram ouvindo suas composições e aprendendo mais e mais a gostar de samba. Excelente  instrumentista, cantor e compositor, fazia parte da nata dos maiores “versadores” de partido alto do Brasil.

Almir Guineto participou de dois grupos musicais, Originais do Samba e  Fundo de quintal. Foi diretor de bateria do Salgueiro, posto que ele cedeu para cedendo seu irmão mais novo, o saudoso Mestre Louro. No  Fundo de Quintal gravou somente o primeiro disco, com Sereno , Ubirany,  Neoci, Jorge Aragão, Sombrinha e Bira Presidente, em 1980. Sua carreira solo se consagrou já no seu primeiro LP, em  1986, "Almir Guineto" de grande repercussão em todo país.


 

Secretaria Estadual de Cultura - PT/RJ




Biografia de Almir Guineto

       
Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, Almir Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de Souza, conhecida como "Dona Fia", era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra, conhecido como Chiquinho, foi um dos fundadores dos "Originais do Samba".

Na década de 1970, Almir já era mestre de bateria e um dos diretores da Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que frequentavam o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento híbrido foi adotado por vários grupos de samba.

Em 1979, Almir mudou-se para a cidade de São Paulo para se tornar o cavaquinista dos Originais do Samba. Lá fez "Bebedeira do Zé", sua primeira composição gravada pelo grupo, onde a voz do Sambista aparece puxa o verso "Mas dá um tempo na cachaça, Zé/ Para prolongar o seu viver" e a sambista Beth Carvalho gravou algumas composições de Guineto, como "Coisinha do Pai", "Pedi ao Céu" e "Tem Nada Não".

Fundo de Quintal e carreira solo

No início dos anos 80, ele ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a gravação de "Samba é no Fundo de Quintal", primeiro LP do conjunto, e seguiu para carreira solo. O músico é autor de músicas como "Caxambu", "Meiguice Descarada" e "Conselho".

Sua notoriedade como compositor e intérprete aumentaria ao longo daquela década. Beth Carvalho gravou "É, Pois, É" em 1981, "À Luta, Vai-Vai!" e "Não Quero Saber Mais Dela" em 1984, "Da Melhor Qualidade" com Arlindo Cruz e outros sucessos.

Em 1986, foi lançado o LP "Almir Guineto", que teve grande sucesso comercial. Nesse disco, Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias com Adalto Magalha, Beto Sem Braço, Guará da Empresa, Luverci Ernesto e Zeca Pagodinho. Entre os grandes destaques, estão "Caxambu", "Mel na Boca", "Lama nas Ruas" e "Conselho".

Curiosidade  


“Banjo no Samba, só existem dois: Almir Guineto e Arlindo Cruz.” – Zeca Pagodinho. A frase é uma verdade popular, apesar de vários nomes terem surgido com talento para o banjo desde aqueles idos dos anos ’70 pra cá, mas um equívoco muito comum é atribuírem a INVENÇÃO desse tipo de banjo a Almirzão, quando ele só o POPULARIZOU. O banjo original é uma criação de povos africanos, que, assim como tudo, trouxeram para as Américas grande parte de sua própria cultura. Registros anteriores, como da jornalista Oneida Alvarenga, datam da década de 1930 o uso do banjo-cavaco, assim como já li sobre Zezinho do Banjo, um dito pioneiro anterior a Guineto, lá em São Paulo e até do próprio pai de Guineto, que teria utilizado também o protótipo, mas a verdade é que Almir Guineto levou o instrumento para o lugar certo no momento certo e não tem pagode que não se veja banjo repicando a toda. Fonte : Blog Raiz do Samba.