(por Álvaro Maciel)
Quando se fala em democracia podemos
afirmar que a França é uma referência exemplar. E mais uma vez ela vira notícia
pelo belo exemplo que deu ao mundo, neste domingo, 07/05, ao eleger seu
presidente, com 65,5% dos votos, contra 34,5% de sua adversária. Foram
apresentadas, no 1º turno, 11 propostas diferentes. O povo francês pode
escolher, com tranquilidade, entre as duas que foram para o 2º turno. É
importante destacar o clima democrático, onde as diferenças foram tratadas no
campo das ideias e não da disputa odiosa.
As eleições francesas nos mostram
um quadro interessante; a vitória de Emmanuel Macron, que soube defender sua
proposta programática, de centro, teve um tom bem diferente daquele formato
truculento e populista de Trump, que vimos no EUA. Com apenas 39 anos, Macron
convenceu o povo francês de que é preciso renovar, porém, com moderação. Uma
vitória esmagadora sobre, Marine Le Pen, de extrema direita, que preferiu
apostar no descontentamento da população. Um sensacionalismo que não colou.
Enquanto no Brasil, campeões e
derrotados dos campeonatos estaduais, curtem a ressaca da vitória ou da
derrota; o povo francês curte e comemora a vitória de um projeto político para
seu país, concebido de forma republicana. Sou flamenguista e não escondo que
estou daquele jeito; vibrante, aliviado e alegremente ressacado. Todavia, não
me sai do coração e da mente aquele desejo de ver o povo brasileiro discutir,
conceber e eleger o seu projeto de país.
Em 2016 o Brasil sofreu um golpe
de Estado, com o afastamento de uma presidente eleita pelo povo.
O golpe deu início a um processo continuado de
ataques à C.F./88, visando à extinção de direitos dos trabalhadores. Os
governantes ilegítimos farão de tudo para manter o poder, a começar pela
eliminação de seus adversários e/ou prorrogação do mandato. Uma vez o golpe instaurado, o seu
aprofundamento é consequente.
Somente com o restabelecimento da
democracia brasileira poderemos voltar a comemorar vitórias cotidianas
plenamente, inclusive, no futebol. Parabéns aos times campeões. Merecemos pelo
menos esse alento. Vamos torcer e lutar para que seja campeã também a nossa democracia!
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