terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Brasil perde Modesto da Silveira - o “defensor dos presos e perseguidos políticos"



Nesta Terça-feira, 22/11, aos 89 anos, perdemos um grande baluarte da luta dos Direitos Humanos. Um homem simples que enfrentou com coragem e determinação as formas mais terríveis de opressão  policial, num regime fascista que institucionalizou as detenções ilegais, perseguições, torturas, desaparecimentos e assassinatos de pessoas, com a finalidade de exterminar qualquer tipo de  oposição política.

Modesto era de Uberaba/MG e trabalhou desde criança.  Foi lavrador, lenhador, engraxate... até que conseguir estudar e se formar advogado. O Doutor Modesto dedicou-se a defesa dos Direitos Humanos. Assim que se formou, em meados dos anos 60, passou a trabalhar pela causa  dos presos e perseguidos políticos do golpe de 64. Modesto da Silveira foi eleito em 1978  Deputado Federal pelo  MDB do Rio de Janeiro com 73.680 votos. O mais votado da esquerda.

Em suas últimas entrevistas, Modesto costumava comparar o caráter da crueldade da perseguição política no Brasil ao  regime nazista de Adolf Hitler. Juntamente com  suas filhas menores sofreu duras ameaças e passou a ser rastreado pelo serviço de inteligência  por denunciar a tortura e defender perseguidos políticos. Em seguida, foi sequestrado por agentes do DOI-CODI, onde experimentou a mão pesada  do regime militar. 


Modesto nunca recuou diante de  uma batalha.  Lutou pela causa dos  lavradores sem-terra, dos trabalhadores urbanos, das populações da floresta e das minorias discriminadas. Esteve sempre presente na discussão dos  grandes temas de interesse nacional, como por exemplo,  foi  solidário e contribuiu  na análise jurídica no caso Aldeia Maracanã.

Guardaremos para sempre a lembrança do homem e da sua luta.  Temos que agradecer eternamente ao Doutor Modesto por tudo que fez pela causa dos Direitos Humanos e em defesa da Democracia.  

Modesto da Silveira Presente!

(por Álvaro Maciel)


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