Jorge Cardozo (com
bons pitacos do Álvaro Maciel)
Sobre as
eleições 2012, os resultados do PT não foram bons em Nova Iguaçu, Belford Roxo
e Mesquita. O bicho pegou geral. Também em Nilópolis, onde tínhamos
proximidade, o trabalho será desarticulado. Duque de Caxias permanece uma
incógnita. Alinhada com as nossas formulações gerais de políticas públicas, só
mesmo a galera de São João de Meriti.
Enfim, mais e
mais devemos acreditar e trabalhar uma frente que possa (re) organizar a
sociedade civil, trazendo artistas, produtores, agentes, militantes da cultura
na região, de preferência começando por iniciativas localizadas que possam vir
a crescer até formar um frentão, de modo a contribuir para que a
Baixada Fluminense saia do isolamento e da invisibilidade.
Como já desconfiávamos,
para 2013/2014, não será pela via da participação em governos locais (ainda que
esta seja uma arena importantíssima) que haverá a promoção de mudanças efetivas.
Mas sim pela articulação de setores da sociedade interessados e/ou envolvidos
na questão cultural, ainda que hoje não plenamente participativos. É
fundamental, portanto, envolver a juventude, os profissionais de música, vídeo,
teatro e outras áreas; os militantes da igualdade racial, a galera do samba, o
povo LGBT, nosso pessoal que atua em educação, e as direções municipais do PT;
todas e todos e mais as suas intercessões. As gestões se acabam, os governos se
desfazem, quem chega tem receio de colocar azeitonas na empada de quem sai. E
assim desmontam-se programas, projetos e trabalhos coletivos. Assim perde-se a
memória da luta pela transformação, parecendo às vezes que o tempo todo se
retorna ao ponto zero.
Somente a partir
de uma mudança no nível de consciência de parcelas expressivas da população,
poderá haver uma mudança para melhor, constituindo novos e permanentes
alicerces para o desenvolvimento cultural da Baixada. Sem basismo, mas sem
crenças míticas de que governos nos quais participamos ou possamos vir a
participar, às vezes pelas beirolas, em alianças artificiais, tragam avanços de
fato para a nossa área.
A gestão pública
de cultura tem se revelado extremamente frágil, quando não inexistente, na
maioria das cidades da região. Os novos governos, pelo menos até agora (claro
que é cedo para cobranças, mas não para apontar caminhos), não demonstraram
nenhuma abertura de melhores perspectivas para a área. Nas demais cidades,
especialmente as das “pontas” da Baixada (ou seja, Japeri, Queimados, Paracambi,
Seropédica e Itaguaí de um lado; e, do outro, Guapi e Magé), em que pese à boa
vontade e dedicação de alguns gestores, a pasta da cultura não tem verba para
andar com as próprias pernas e nunca foi tratada como prioridade por parte dos
chefes dos executivos municipais.