segunda-feira, 23 de novembro de 2015


Em homenagem póstuma, Luiz Gama recebeu da OAB título de "advogado"

Patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras, poeta, advogado, jornalista e um dos mais combativos abolicionistas de nossa história, depois de 133 anos de sua morte, Luiz Gama recebeu na terça feira , 03/11, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seu título de advogado. A homenagem aconteceu na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, na qual neste mês de novembro, que se celebra a Consciência Negra, promove uma série de debates em homenagem a Luiz Gama.



Negro liberto, nascido em 1830, que se tornou libertador de negros, Luiz Gonzaga Pinto da Gama ficou conhecido como um rábula que conseguiu alforriar, pela via judicial, mais de 500 escravos. O rábula exercia a advocacia sem ser advogado. Filho da africana livre Luiza Mahin, uma das principais figuras da Revolta dos Malês, com um fidalgo branco de origem portuguesa, de uma rica família baiana, mas amante da boa vida e dos jogos de azar.

Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luís, com apenas 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai, sendo levado para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo.   Alforriado sete anos mais tarde, estudou direito como autodidata e passou a exercer a função, defendendo escravos.


Ele bem que tentou cursar direito no largo São Francisco. Mas a aristocracia cafeeira da época não permitiu, porque ele era negro, atesta Câmara. Mesmo assim, era assíduo frequentador da biblioteca de lá. O  jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça, afirma que Gama foi o negro mais importante do século 19.


Faleceu em 24 de agosto de 1882, seis anos antes de a Lei Áurea ser promulgada. Dez por cento da população paulistana, de acordo com estimativas da época, compareceu ao seu enterro - São Paulo contava então com 40 mil habitantes.


A multidão começou a chegar ao Cemitério da Consolação, onde ocorreu o sepultamento, ao meio-dia - o enterro estava marcado para as 16h. Não houve transporte oficial para o cortejo fúnebre. Do bairro do Brás, onde ele morava, o caixão veio passando de mão em mão até chegar à sepultura, num gesto coletivo.  ( fonte: sites da CUT e da UOL Educação, e matéria do jornal O Estado de São Paulo).


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