(por Álvaro Maciel – Secretário Estadual de Cultura do
PT/RJ)
A Secretaria Estadual de Cultura do PT-RJ comunica o
falecimento de Olga Guedes da Silva, em Passa Quatro, Minas Gerais; mãe do
ex-ministro José Dirceu. Dirceu, com autorização da Justiça, estava em sua
companhia. Agora a casa onde ela morava será passada para a Justiça Federal. Na Lava Jato o juiz Sérgio Moro sentenciou o confisco
do imóvel.
Dona Olga a Mãe-Resistência
Em 1968. Dona Olga e sua família assistiram pela TV a triste imagem
que marcou todo o país, a prisão se muitos jovens que participavam do congresso
da UNE - União Nacional dos Estudantes.
Entre eles estava seu filho, José Dirceu de Oliveira e Silva, aos 23
anos de idade. A imagem foi realmente chocante e mostrou Dirceu entrando em um
camburão.
Em 1969, também pela TV, Dona Olga soube que seu filho estava no
grupo de 15 presos políticos que seria trocado pelo embaixador americano
Charles Elbrick, sequestrado numa ação organizada pelos movimentos de esquerda.
Foto tirada antes do embarque para o exílio - Dirceu ( em pé, o 2º da direita para esquerda)
com os companheiros prisioneiros trocados pelo embaixador sequestrado
10 anos de separação e incertezas
Dirceu saiu da prisão para o banimento. Passou a viver no exílio
e na clandestinidade por 10 anos, período em que Olga não falou com o filho e
contou apenas com poucas notícias de sua localização e estado de saúde. Notícias dele no México e em Cuba. Pouca coisa
mesmo. E assim, foi crescendo no seio da
família e entre os amigos mais próximos a incerteza de que ele estava vivo, ou
não. No entanto, Olga nunca declarava sempre sua esperança de que um dia Dirceu
voltaria.
O abraço emocionante de mãe e filho, após retorno de Dirceu ao Brasil, em 1979.
Dona Olga fazia parte do grupo de dezenas de Mães-Resistência,
que foram separadas de seus filhos por conta da repressão à resistência ao
golpe de Estado. Ela esperou por 10 anos,
ali em Passa Quatro, o eterno momento de rever seu filho.
Nossas condolências ao querido companheiro José Dirceu e sua família. Que Dona Olga encontre a paz eterna.
Secretaria Estadual de Cultura do PT-RJ
Rio, 17/07/2017
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