sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cultura e a construção da realidade

Enfim, o trem volta aos seus trilhos e finalmente nós petistas conseguimos sair da pauta colocada neste momento para MINC e voltamos a orientar a questão sob a ótica que nos parece ser enfim papel histórico que devemos assumir. Assim, resolvi escrever estimulado pelos textos produzidos pelo companheiro Glauber Piva e pela companheira Morgana Eneile que a meu ver, dão conta o suficiente para uma ponderação petista na atual fase de discussão. Instalar as devidas bases de análise colocando atuação petista na construção do setor da Cultura no âmbito da política publica é fundamental para não nos perdermos na árdua tarefa da construção diária de nossos ideais e paradigmas para organização da sociedade brasileira.

Assim para mim, a primeira questão é encarar a importância histórica dos Partidos dos Trabalhadores neste campo de construção muito antes da dita “chegada ao poder”, portanto, a questão não é uma situação de momento e sim uma relação histórica das formulações petistas, tanto no campo da governabilidade como no campo ideológico e os fatos e a historia comprovam isto. A segunda questão é velha e reduzida discussão do projeto político de uma ou para uma sociedade e aí, entramos na verdadeira seara de discussão, pautada hoje sobre o MINC, em momento algum podemos esquecer o nosso entendimento do papel do Estado Democrático e Plural como promotor e indutor de desenvolvimento econômico, de construtor de relações de igualdade e de defensor da equidade sobre a divisão das riquezas na busca de uma sociedade mais justa e humana.

Estas sempre foram bandeiras defendidas por nós, creio eu, e não se trata de uma questão, mais uma vez, da tal “chegada ao poder”. Assim chegamos ao que Glauber Piva coloca como indagação básica e no meu entendimento central para nossa ação: “O governo brasileiro, assim como todos os governos de esquerda, em qualquer nível, esta diante de um desafio que vai além desse obvio: como organizar suas políticas públicas de maneira a estimular a emersão de uma visão de mundo que esteja ancorada para além dos interesses do capital e das estratégias consumistas do mercado? Como fazer isso garantindo liberdade de expressão, defesa da competição, respeito às minorias e aos direitos coletivos e individuais, a promoção da diversidade cultural e, ao mesmo tempo, reduzir desigualdades, induzir o fortalecimento de nossa economia e desempenhar um papel internacional que vá além de protocolares defesas dos Direitos Humanos?”

Desta forma, entramos na terceira questão essencial para a real mudança de nossa sociedade: o que iremos ou continuaremos a produzir como valores simbólicos. Promover simplesmente acessibilidade as relações econômica, socais e legais não basta para construção de uma nova realidade como já ficou comprovado em outros processos históricos, é necessário o ato continuo da transformação simbólica como ferramenta de construção de identidade e reflexão da realidade. Como diz Piva no seu texto: “No âmbito das políticas públicas de cultura, superar a miséria não é apenas tornar o sujeito mais capaz de consumir e acessar bens e serviços culturais, mas também torná-lo mais autônomo para produzir e compartilhar seus próprios conteúdos e significados....”

A partir daí, para mim, se configura a quarta questão vital para nós do Partido dos Trabalhadores a nossa responsabilidade como provocadores da efetiva construção desses valores fomentando uma ampla discussão que garanta todas as vozes e todas as idéias e que as mesmas circulem promovendo a pluralidade do debate. E ai, meus amigos leitores, a tradição petista de ir às ruas, provocar a discussão, encontrar-se com a massa é mais que histórica é genética e nisto ainda somos bastante fortes e não se preocupem logo o faremos, não tenho dúvida alguma. Agora, vou me despedindo com a certeza que demos alguns passos importantes para essa nova caminhada que a realidade nos desafia, como diria sempre o velho filosofo barbudo: ”sem medo de ser feliz.”

Saudações Petistas.

Lino Rocca é produtor cultural e diretor de teatro.

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