III Conferência
Estadual de Cultura... perdemos mais um bonde da história
Nota de Repúdio ao Desrespeito às Delegações:
É difícil controlar o sentimento
de indignação que nos aflora quando pensamos o quanto fomos prejudicados com a
incompetência da gestão da cultura estadual aqui no Rio de Janeiro nos últimos
sete anos. Se olharmos pelo viés das conferências aí é que a coisa piora. Conferência
é diálogo e aproximação entre sociedade civil e estado. Admitimos que em outras
ocasiões podem ocorrer afastamentos ocasionais por um motivo específico e dificuldades
aleatórias e inerentes à vontade do gestor público, mas no período de Conferência,
não. Esse deve ser entendido como o
espaço da democracia plena, ao mesmo tempo
democrático e democratizante, de troca e de qualificação, onde prima o
exercício da auscuta, do encaminhamento de propostas, do debate em grupos e da
discussão em plenária. Um momento realmente mágico, onde se pode votar e ser
votado. Momento de encontros e de tensões. Das culturas populares, da arte
contemporânea de segmentos transversais.
Quem pregava a despartidarização
conseguiu a despolitização do processo. Conferência é igual café, não pode
deixar esfriar. Mas essa gestão fez questão de tirar da nossa mesa o café
fresquinho, que agora os manda chuvas querem requentar. Perdemos, mais uma vez o direito do debate
direto, da elaboração conjunta... até a votação e aprovação na Plenária. Nem a
contagem dos crachás foi feita. Ignorou-se
novamente a importância da etapa estadual como parte do processo nacional. Na
Conferência passada passamos pelo mesmo desamor, que terminou com um ônibus
velho alugado para a fatídica e humilhante viagem dos nossos delegados para
Brasília. No processo 2013 por mais que os representantes da sociedade civil,
membros da Comissão Organizadora tivessem alertado sobre o alto risco, a
secretária Adriana insistiu na realização da conferência estadual utilizando
apenas um dia. E agora secretária de quem é a culpa. Levaram as propostas da plenária para onde? O
que restou da III Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro foi a velha
frase “perdemos o bonde da história”. Faltou vontade política, faltou tudo.
Mais uma vez vimos o bonde passar.
Logo com a Cultura, um setor que
luta tanto para se firmar. Que busca respeito e que sabemos que ainda há muito
chão a ser percorrido. Conferência é democracia, reflexão sobre conselhos,
planos e prioridades para a cadeia produtiva. Começamos em 2005 e até hoje o
Rio de Janeiro não avançou. Ao contrário, sentimos que houve retrocesso. Fomos engabelados,
enganados por uma falsa sensação de construção do Sistema Estadual de Cultura. E
foi exatamente na Conferência que esse sentimento teve sua consumação. Vimos
uma autoridade que não permitiu a fala
das comunidades. Os munícipes ficaram perplexos. Parecia mais um governo de ditatura,
daqueles bem perseguidores e tementes à cultura e seu poder de transformação.
Concluímos que não são todos os
gestores e governantes que estão preparados para o exercício da administração dos
processos democratizantes propostos pelos Governos de Lula e de Dilma,
respectivamente. É fundamental o
compromisso com a Democratização da Cultura.
Por isso a Secretaria Estadual de
Cultura do PT/RJ, nos atributos de suas funções, emite essa nota de repúdio ao
desrespeito com que os delegados da III Conferência Estadual de Cultura foram
tratados e à incompetência administrativa por parte da atual da gestão da SEC
RJ.
Secretaria Estadual de Cultura do PT/RJ - ( RJ, 14/10/2013)
Lamentável o que aconteceu nessa conferência.
ResponderExcluirEu era delegado suplente e não tive direito a crachá. Nem de observador.
Me senti desrespeitado como cidadão.
É muito triste o descaso com o que secretaria de cultura trata a participação social.
Eduardo Lurnel