segunda-feira, 14 de outubro de 2013

III Conferência Estadual de Cultura... perdemos mais um bonde da história

Nota de Repúdio ao Desrespeito às Delegações:

É difícil controlar o sentimento de indignação que nos aflora quando pensamos o quanto fomos prejudicados com a incompetência da gestão da cultura estadual aqui no Rio de Janeiro nos últimos sete anos. Se olharmos pelo viés das conferências aí é que a coisa piora. Conferência é diálogo e aproximação entre sociedade civil e estado. Admitimos que em outras ocasiões podem ocorrer afastamentos ocasionais por um motivo específico e dificuldades aleatórias e inerentes à vontade do gestor público, mas no período de Conferência, não.  Esse deve ser entendido como o espaço da democracia plena, ao mesmo tempo  democrático e democratizante, de troca e de qualificação, onde prima o exercício da auscuta, do encaminhamento de propostas, do debate em grupos e da discussão em plenária. Um momento realmente mágico, onde se pode votar e ser votado. Momento de encontros e de tensões. Das culturas populares, da arte contemporânea de segmentos transversais.
Quem pregava a despartidarização conseguiu a despolitização do processo. Conferência é igual café, não pode deixar esfriar. Mas essa gestão fez questão de tirar da nossa mesa o café fresquinho, que agora os manda chuvas querem requentar.  Perdemos, mais uma vez o direito do debate direto, da elaboração conjunta... até a votação e aprovação na Plenária. Nem a contagem dos crachás foi feita.  Ignorou-se novamente a importância da etapa estadual como parte do processo nacional. Na Conferência passada passamos pelo mesmo desamor, que terminou com um ônibus velho alugado para a fatídica e humilhante viagem dos nossos delegados para Brasília. No processo 2013 por mais que os representantes da sociedade civil, membros da Comissão Organizadora tivessem alertado sobre o alto risco, a secretária Adriana insistiu na realização da conferência estadual utilizando apenas um dia. E agora secretária de quem é a culpa.  Levaram as propostas da plenária para onde? O que restou da III Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro foi a velha frase “perdemos o bonde da história”. Faltou vontade política, faltou tudo. Mais uma vez vimos o bonde passar.
Logo com a Cultura, um setor que luta tanto para se firmar. Que busca respeito e que sabemos que ainda há muito chão a ser percorrido. Conferência é democracia, reflexão sobre conselhos, planos e prioridades para a cadeia produtiva. Começamos em 2005 e até hoje o Rio de Janeiro não avançou. Ao contrário, sentimos  que houve retrocesso. Fomos engabelados, enganados por uma falsa sensação de construção do Sistema Estadual de Cultura. E foi exatamente na Conferência que esse sentimento teve sua consumação. Vimos uma autoridade que não  permitiu a fala das comunidades. Os munícipes ficaram perplexos. Parecia mais um governo de ditatura, daqueles bem perseguidores e tementes à cultura e seu poder de transformação.
Concluímos que não são todos os gestores e governantes que estão preparados para o exercício da administração dos processos democratizantes propostos pelos Governos de Lula e de Dilma, respectivamente.  É fundamental o compromisso com a Democratização da Cultura.
Por isso a Secretaria Estadual de Cultura do PT/RJ, nos atributos de suas funções, emite essa nota de repúdio ao desrespeito com que os delegados da III Conferência Estadual de Cultura foram tratados e à incompetência administrativa por parte da atual da gestão da SEC RJ.   


Secretaria Estadual de Cultura do PT/RJ -  ( RJ, 14/10/2013)

Um comentário:

  1. Lamentável o que aconteceu nessa conferência.
    Eu era delegado suplente e não tive direito a crachá. Nem de observador.
    Me senti desrespeitado como cidadão.
    É muito triste o descaso com o que secretaria de cultura trata a participação social.
    Eduardo Lurnel

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