Ações Conjuntas
Cultura e Educação
Os ministros da Educação, Renato
Janine Ribeiro, e da Cultura, Juca Ferreira, estiveram reunidos na noite desta
terça-feira, 28/04, para discutir ações conjuntas de fomento à cultura e à
educação. Entre os vários pontos colocados, o programa Mais Cultura nas Escolas
foi um dos temas debatidos.
A reunião foi marcada por
sugestões de ambos os lados para uma melhor introdução de ferramentas de
cultura em escolas e instituições federais de ensino no Brasil. Entre os pontos
abordados, o ministro Juca Ferreira destacou três como prioridade. Primeiro, uma
melhor relação com as universidades por meio do programa Mais Cultura nas
universidades. Depois, destacou a importância das escolas municipais como
pequenos polos de memória, ou seja, pequenos museus para a população. “Também
temos as bibliotecas. Ela, a família e a escola formam o tripé da educação de
uma pessoa”, disse.
Em todos os casos, o ministro da
Educação, Renato Janine Ribeiro, sinalizou positivamente com a discussão
preliminar e pontuou sugestões para a concretização. “Teremos outras reuniões
para seguir avançando com o tema”, disse Janine Ribeiro.
MEC e MinC têm parceria forte,
principalmente por meio do Mais Cultura nas Escolas, uma iniciativa
interministerial firmada entre os órgãos para promover ações entre o projeto
pedagógico de escolas públicas contempladas com os Programas Mais Educação e
Ensino Médio Inovador e experiências culturais em curso nas comunidades locais.
As escolas recebem recurso por
meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), para contratação de serviços culturais
necessários às atividades artísticas e pedagógicas, aquisição de materiais,
contratação de serviços e locação de equipamentos. “Os dois ministérios têm
muito a ver. Nós perseguimos o mesmo caminho, o da humanização”, explicou o
ministro da Educação.
Na ocasião, o ministro da Cultura
Juca Ferreira defendeu uma escola mais convidativa aos alunos, com uso de
materiais que extrapolem livros e com formação de professores capacitados para
alunos do século 21, com constante acesso à informação. Sugeriu também o uso de
materiais audiovisuais diante de uma escola que "perdeu o monopólio da
formação e informação" e salientou a importância de ambas as pastas
trabalharem em conjunto para incentivar a leitura dos brasileiros.
O ministro da Educação, Renato
Janine Ribeiro, se mostrou empenhado em trabalhar em conjunto. "Esta é a primeira reunião de muitas. Os
dois ministérios têm muito a ver, sobretudo porque a Educação e a Cultura são
as que mais mexem com a humanização do indivíduo: uma Educação de forma
estruturada e contínua e a Cultura com maior liberdade e maior número de vias
de entradas e percursos. Nós perseguimos o mesmo caminho e é muito importante
esse trabalho que podemos fazer juntos", afirmou.
Durante o encontro, o ministro da
Cultura apresentou três principais temas que aproximam Educação e Cultura: universidade, museus e bibliotecas. Juca
Ferreira lembrou do já existente programa Mais Cultura nas Universidades,
parceria entre os dois ministérios, que destina a universidades federais e
institutos federais de educação R$ 20 milhões para a realização de projetos que
desenvolvam e fortaleçam a arte e cultura brasileiras.
Ainda sobre este tema, o ministro
mencionou a criação de uma cátedra sobre gestão cultural, em parceria com a
Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) no
Brasil. "Precisamos definir uma
universidade ou um conjunto de universidade que abrigarão essa cátedra. Isso é
muito importante para nós", afirmou.
Outro tema de destaque foram os
cerca de 3,5 mil museus no Brasil. Um dos problemas apresentados por Carlos
Roberto Brandão, presidente do Ibram, Instituto Brasileiro de Museus, também
presente no encontro, foi a concentração de grande parte em apenas alguns
municípios. "Existe uma projeção de museus concentrados nas capitais. Dos
3,5 mil existentes, 1,5 mil estão em capitais. Ou seja, 4 mil municípios não
têm museus", disse. "Os museus têm capacidade de enraizamento da
cultura, além de serem equipamentos pedagógicos e educativos",
acrescentou.
Brandão lembrou ainda que dos 100
milhões de visitantes anuais aos museus brasileiros, 50 milhões são crianças.
"Por isso, os serviços educativos são importantíssimos". Diante desse
cenário e da aproximação com a pasta da Educação, uma das ideias propostas pelo
presidente do Ibram foi a possibilidade de que as escolas se tornem pequenos
museus locais e participem da construção da memória brasileira.
Em relação a bibliotecas, Juca
Ferreira foi enfático ao afirmar que é preciso "modificar o ambiente delas
e torná-las mais convidativas às pessoas". Juca Ferreira comentou a
importância dessa área para ambas as pastas ao lembrar que a formação de
leitores, em todos os países, é sustentada pelo tripé escola, família e
biblioteca.
Já o secretário de políticas
culturais do MinC, Guilherme Varella, enfatizou a importância da parceria
entres ambas pastas na questão do acesso às obras e em investimentos na
digitalização de acervos. "Se juntarmos política para obras em domínio
público e digitalização de acervos, criamos frente de acesso à obra", avaliou.
A secretária de Educação e
Formação Artística e Cultural do MinC (Sefac), Juana Nunes, destacou também o
programa já existente Mais Cultura nas Escolas, que busca incentivar o encontro
entre experiências culturais e artísticas em curso nas comunidades locais e o
projeto pedagógico de escolas públicas e salientou a importância de
regulamentar a profissão do agente cultural. "A Cultura tem papel
estratégico no fortalecimento da educação em tempo integral. Precisamos
fortalecer o trabalho dos mestres. Acho que isso é chave para dar salto na
educação integral", comentou.
Juca Ferreira complementou que o
trabalho da cultura não deve ser apenas uma "animação", mas algo que
permita "uma vivência, em que o estudante aprenda, por exemplo, a se
relacionar com o livro e com a obra de arte".
Fontes: sites dos
Ministérios da Cultura e da Educação