Nestes quase 13 anos o MinC foi literalmente reinventado. Período no qual foram abordados no âmbito do Ministério da Cultura, pela primeira vez, os principais elementos teóricos capazes de proporcionar uma gestão pública cultural pautada pela concepção da "cidadania cultural", conceito desenvolvido por Marilena Chauí, a partir dos anos 90.
Temer quando extinguiu
o Ministério da Cultura não sabia que estava mexendo em “casa de maribondo”. Acabou tornando a Ocupação do Palácio Capanema
num poderoso foco de resistência ao golpe, que incentivou a multiplicação das
ocupações Brasil afora. Assim, o Ocupa
MinC se fortaleceu e se tornou o símbolo da resistência nacional ao golpe.
Uma Nação não
pode existir sem resistir. O Ocupa MinC RJ é formado por diversas frentes dos
mais variados segmentos artísticos e culturais, que lutam bravamente contra o
golpe e mantêm como bandeiras o não
diálogo e o não reconhecimento ao governo ilegítimo de Temer. A pauta
única é o imediato restabelecimento da
Democracia, traduzida no grito de guerra Fora Temer.
A desocupação
do Palácio Capanema, no final de junho/16, pareceu para os mais pessimistas o
fim da resistência. Todavia para desgosto dos golpistas, o mês de agosto surge
com o Ocupa MinC RJ vivo e preparado para
lutar, agora em novo endereço: o Canecão, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
O Canecão que não
recebe um show há seis anos, agora voltará a interagir com a Cidade
Maravilhosa. Uma das mais famosas casas
de shows, agora está ocupada por ativistas do Ocupa MinC RJ, que prometem “ resistir
até o Temer cair”.
Não há tempo
nem espaço para dúvidas. Agosto é o mês da decisão. Temos um governo golpista que foi constituído para acobertar os
verdadeiros larápios do Congresso Nacional. O
aumento de postagens nas redes socais em defesa da presidenta Dilma Housseff, eleita
pelo voto popular, foi realmente
expressivo desde junho para cá.
A TV Globo
caminhou lado a lado com o juiz Moro numa perseguição cruel ao segmento da esquerda brasileira, visando a
sua desmoralização, na tentativa de evitar a reação popular. Parece que o tiro saiu pela culatra. O povo brasileiro não
caiu na esparrela da Rede Globo que tenta
várias vezes ao dia explicar que o Impeachment contra a presidente Dilma não é
golpe. Já deu para perceber que a trama golpista quer aproveitar o período dos
Jogos Olímpicos para consolidarem o golpe contra o Estado de Direito.
Logo, a
resistência ao golpe precisa trabalhar bastante neste mesmo período para
mostrar ao mundo inteiro a grave realidade política por que passa o nosso país.
A luta contra o golpe de Estado em curso no Brasil ganhou as páginas dos
jornais mundo a fora exatamente com a Frente de Resistência da Cultura. Foi também a partir do Ocupa MinC que o povo brasileiro passou a entoar, em alto e bom som, o brado estridente
“fora Temer”, “golpe nunca mais” e “volta Dilma”.
Em Defesa de Uma Gestão Cultural Democrática
Além do mais,
o atual projeto de país e cultura, tendo à frente os golpistas Temer e Calero, não nos representa. Queremos de volta
o projeto democrático experimentado entre 2003 e 2015, quando tivemos na gestão do Ministério
da Cultura - MinC, Gilberto Gil , Juca
Ferreira, Ana Hollanda, Martha Suplicy, e após a reeleição de Dilma, o retorno de Juca Ferreira.
Não podemos
deixar de considerar nesta breve reflexão, os avanços que tivemos no campo prático, em busca de modelos de políticas culturais, bem como algumas considerações sobre o
processo de institucionalização do campo cultural. Foi implantada uma nova visão de gestão
cultural no país, através do Sistema Nacional de Cultura, que deu início à
institucionalização da cultura de forma horizontal, envolvendo União, estados e
municípios, constituído de processos democráticos, onde realizaram-se eleições dos
membros do Conselho Nacional de Cultura, de agentes culturais e artistas
para delegados das Conferências de
Cultura, de ponteiros para as Teias Nacionais, etc. Tivemos, enfim, a garantia da participação
social durante todo o processo da implantação e na realização de diverso fóruns de cultura.
Nestes quase
13 anos o MinC foi literalmente reinventado. Período no qual foram
abordados no âmbito do Ministério da Cultura, pela primeira vez, os principais elementos teóricos capazes de
proporcionar uma gestão pública cultural pautada pela concepção da "cidadania cultural", conceito desenvolvido por Marilena Chauí, a partir dos anos
90.
Vimos um
processo de reestruturação da Cultura, no campo da política pública, jamais
visto na história deste país. Um o olhar sensível e abrangente, que reconheceu
pela primeira vez a continentalidade do Brasil e sua vasta e rica diversidade
cultural. Uma missão que envolveu todas as instituições vinculadas ao MinC. Precisamos
defender os avanços e conquistas alcançados e dizer não ao retrocesso que
estamos assistindo no atual governo.
Quem não conhece
a ocupação saiba que á um espaço democrático
e colaborativo, onde são realizadas diariamente reuniões, aulas,
palestras e oficinas. É evidente que as atividades artísticas não podem faltar;
shows musicais e de dança, exposições de artes visuais, saraus, exibição de
filmes, feiras, festas etc. onde os
ativistas e o público visitante interagem , trocam informações e exercem de
forma democrática o direito de resistir.
Clamamos à população,
em geral, para que se atente de que é preciso levar as ocupações para elevar a
consciência política contra o fascismo que está acelerado e, neste momento,
agosto/16, prepara inúmeros golpes
contra os direitos dos trabalhadores, dos negros, das mulheres , dos povos e das
diversas minorias, que poderá se consolidar num golpe geral, maior e mais
profundo, e ferir de morte a Democracia
Brasileira.
Nesse
sentido, as "ocupações com Cultura, Fora Temer, Volta Dilma e Golpe nunca mais” devem
chegar às escolas, universidades, igrejas, locais de trabalho, associações de
moradores, bairros, terminais de ônibus,
trens, barcas e estações do metrô, praças e demais locais de concentração
popular". Enfim, é preciso ir onde o povo está, seja em seus territórios
ou nos seus trajetos.
Nem um direito
a menos. Fora Temer. Volta Dilma é a democracia viva!
Secretaria
Estadual de Cultura do PT – RJ