CULTURA da POLÍTICA PÚBLICA.
"A arte
continua o melhor caminho por onde passa a
sensibilidade histórica" - Paulo
Delgado
Depois de
longos, densos e, por vezes, tensos 34 anos de textos e contextos que buscavam
a aproximação de pressupostos e de propostas e projetos de política cultural,
pode-se dizer que muito já se fez. Mas a cultura política mostra o quanto ainda
há por fazer.
Há uma
considerável experiência no campo da administração local, pautadas nas questões
territoriais, isto é, aquela que faz circular a verba pública, que a população
aspira por direito, com livre trânsito nos entes federados.
No entanto, há que se salientar a existência,
de fato, amplamente reconhecida, do Ministério da Cultura, no governo Lula,
quando a mesma se consolida como política pública, na sua significação mais
ampla, ao tempo em que, como DIREITO. Nesse sentido, o ACESSO da diversidade
cultural brasileira às verbas públicas e aos equipamentos de divulgação em
rede, não só rediscute as concepções em curso, como adquire estatuto de gestão
territorial.
Nessa linha, a
criação do PROGRAMA CULTURA VIVA, com os já populares PONTOS DE CULTURA,
revoluciona as categorias direito e acesso, com práticas inéditas, porque com a
marca da política pública, com uma nova cultura gestora, que pressupõe o
PROTAGONISMO DA SOCIEDADE e destrói a política de BALCÃO.
Por isso, a
questão que se coloca hoje, já não é mais a discussão dos diferentes conceitos
de cultura, que já foi feito à exaustão. Nossa prática, como disse, aprofundou
e significou a Imaginação a Serviço do Brasil.
Casada com o
processo de democratização da democracia, a cultura é, certamente, a principal
mediação para o estabelecimento do PROTAGONISMO SOCIAL.
O Estado do
Rio, hoje, ao lado da Prefeitura de São Paulo e tantas outras, apresentam a
possibilidade do passo seguinte da utopia e da potência desse prática pública,
inaugurada e desenvolvida no ritmo democrático da articulação em rede.
A proposta de
retomada da proposta de EDUCAÇÃO da dupla Darcy/Brizola,( como aponta o
candidato, Lindbergh Farias ),que retoma o horário integral, o reconhecimento
da importância dos educadores, ampliada com a potência comum e subjetiva das
novas tecnologias e da educação em rede, casa-se, perfeitamente com o CULTURA
VIVA. Um PONTO DE CULTURA em cada ESCOLA, torna-se um mantra. Acesso e direito
materializam-se na ocupação dos espaços
escolares também nos finais de semana. Os editais dos Pontos
ressignificam-se na vocação diversa de cada território e de toda e cada
tradição.
Uma rede de
DOIS MIL PONTOS, com certeza, irá
provocar no estado do Rio de Janeiro, uma revolução na utopia de sua
significação. Sua diversidade de credo, gênero e ideologia, encontra aí, na identidade de seu território,
sua forma de ampliação e de consolidação democrática, mantendo, portanto, sua
identidade que é sua diversidade.
Com o mote de
parceria na educação, sua potencialidade se estende para a saúde e para a
segurança. Isso torna, em si mesma, a discussão das UPPs, algo para além da
polícia. O território da escola é o lugar da segurança de da dimensão pública,
calcado no direito e no acesso. Assim, toda prática urbana torna-se mais segura
e, portanto, mais saudável.
Afirme-se
também a nova dimensão de poder da rede dos Pontos, porosamente distribuídos,
como motor do desenvolvimento econômico, com sustentabilidade política. Do
Cinema, às diversas linguagens da ARTE, o Rio se destaca no País. Nesse
sentido, estamos vivendo um tempo singular no Brasil, mas especialmente, no
Rio, onde todos os pressupostos teóricos e práticos da cultura urbana, estão em
pleno processo de disputa nos campos econômico, político e cultural. O que
torna a palavra LEGADO, um poderoso FETICHE, na mesma proporção do avanço do
tripé: democracia, Políticas públicas e cultura, na potência do Protagonismo
Social, na sua Diversidade TERRITORIAL.
E PONTO final.
Pois o Ponto é também onde tudo se inicia.
Adair Rocha
Professor, escritor e gestor público de cultura.
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