domingo, 11 de maio de 2014


CULTURA da POLÍTICA PÚBLICA.


                                  "A arte continua o melhor caminho por onde passa a
 sensibilidade histórica"    -  Paulo Delgado  

       
Depois de longos, densos e, por vezes, tensos 34 anos de textos e contextos que buscavam a aproximação de pressupostos e de propostas e projetos de política cultural, pode-se dizer que muito já se fez. Mas a cultura política mostra o quanto ainda há por fazer.

Há uma considerável experiência no campo da administração local, pautadas nas questões territoriais, isto é, aquela que faz circular a verba pública, que a população aspira por direito, com livre trânsito nos entes federados.

 No entanto, há que se salientar a existência, de fato, amplamente reconhecida, do Ministério da Cultura, no governo Lula, quando a mesma se consolida como política pública, na sua significação mais ampla, ao tempo em que, como DIREITO. Nesse sentido, o ACESSO da diversidade cultural brasileira às verbas públicas e aos equipamentos de divulgação em rede, não só rediscute as concepções em curso, como adquire estatuto de gestão territorial.

Nessa linha, a criação do PROGRAMA CULTURA VIVA, com os já populares PONTOS DE CULTURA, revoluciona as categorias direito e acesso, com práticas inéditas, porque com a marca da política pública, com uma nova cultura gestora, que pressupõe o PROTAGONISMO DA SOCIEDADE e destrói a política de BALCÃO.

Por isso, a questão que se coloca hoje, já não é mais a discussão dos diferentes conceitos de cultura, que já foi feito à exaustão. Nossa prática, como disse, aprofundou e significou a Imaginação a Serviço do Brasil.

Casada com o processo de democratização da democracia, a cultura é, certamente, a principal mediação para o estabelecimento do PROTAGONISMO SOCIAL.

O Estado do Rio, hoje, ao lado da Prefeitura de São Paulo e tantas outras, apresentam a possibilidade do passo seguinte da utopia e da potência desse prática pública, inaugurada e desenvolvida no ritmo democrático da articulação em rede.

A proposta de retomada da proposta de EDUCAÇÃO da dupla Darcy/Brizola,( como aponta o candidato, Lindbergh Farias ),que retoma o horário integral, o reconhecimento da importância dos educadores, ampliada com a potência comum e subjetiva das novas tecnologias e da educação em rede, casa-se, perfeitamente com o CULTURA VIVA. Um PONTO DE CULTURA em cada ESCOLA, torna-se um mantra. Acesso e direito materializam-se na ocupação dos espaços  escolares também nos finais de semana. Os editais dos Pontos ressignificam-se na vocação diversa de cada território e de toda e cada tradição.

Uma rede de DOIS MIL PONTOS, com  certeza, irá provocar no estado do Rio de Janeiro, uma revolução na utopia de sua significação. Sua diversidade de credo, gênero e ideologia,  encontra aí, na identidade de seu território, sua forma de ampliação e de consolidação democrática, mantendo, portanto, sua identidade que é sua diversidade.

Com o mote de parceria na educação, sua potencialidade se estende para a saúde e para a segurança. Isso torna, em si mesma, a discussão das UPPs, algo para além da polícia. O território da escola é o lugar da segurança de da dimensão pública, calcado no direito e no acesso. Assim, toda prática urbana torna-se mais segura e, portanto, mais saudável.

Afirme-se também a nova dimensão de poder da rede dos Pontos, porosamente distribuídos, como motor do desenvolvimento econômico, com sustentabilidade política. Do Cinema, às diversas linguagens da ARTE, o Rio se destaca no País. Nesse sentido, estamos vivendo um tempo singular no Brasil, mas especialmente, no Rio, onde todos os pressupostos teóricos e práticos da cultura urbana, estão em pleno processo de disputa nos campos econômico, político e cultural. O que torna a palavra LEGADO, um poderoso FETICHE, na mesma proporção do avanço do tripé: democracia, Políticas públicas e cultura, na potência do Protagonismo Social, na sua Diversidade TERRITORIAL.

E PONTO final. Pois o Ponto é também onde tudo se inicia.

Adair Rocha

Professor, escritor e gestor público de cultura.

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