Se comparada ao golpe de 1964, a PEC 241 é um instrumento repressor tal e qual os Atos Inconstitucionais; normas que estavam acima de todas as outras, até mesmo da Constituição, elaboradas, entre os anos de 1964 e 1969, por Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo Presidente da República, com o respaldo do Conselho de Segurança Nacional. As AIs vigoraram por todo período do Regime Militar.
Pelo clima do Congresso, já se sabia que não haveria nenhuma chance da PEC 241 ser rejeitada na Câmara. E ela
foi aprovada em 2º turno, nesta terça feira, 25/10/16, mesmo debaixo dos protestos espalhados por
todo Brasil. O governo Temer não quis debater
com a sociedade, em nenhum momento. Não há o menor respeito desse governo com a opinião dos profissionais, experts em gestão financeira do país,
dispostos a discutirem a proposta, muito menos com os sindicatos representes das classes que se sentem afetadas.
Tanto o presidente Michel Temer,
quanto Rodrigo Maia, presidente da
Câmara, optaram por conversar apenas com aqueles parlamentares que já trabalhavam
pela a aprovação da proposta. Para esse grupo foi dado tratamento vip em
jantares luxuosos. Já os parlamentares contrários à PEC, foram tratados com grande truculência pela dupla golpista. Rodrigo
Maia, do DEM, inclusive, solicitou a
Polícia Legislativa aplacar os protestos
nas galerias do plenário.
A proposta de emenda
constitucional, que propõe o congelamento por 20 anos dos gastos públicos, salvo
para pagamento dos juros da dívida; seguirá com muita força para o Senado. Os 359 votos a favor, 7 a
menos da aprovação em 1º turno, confirmaram
a fúria do governo usurpador e dos
parlamentares vinculados ao capital. Os 116 votos contra representaram a
determinação dos parlamentares que estão do lado do povo brasileiro e dos
movimentos socais organizados contrários
à PEC 241, que permanecem ocupando equipamentos públicos e realizando atos de
protesto, em todas as regiões do país.
A PEC da Morte, como é chamada
pelos manifestantes, significa o avanço
do golpe e colocará o Brasil de joelhos diante do capital internacional. O governo usa a desculpa da contenção de gastos e das
medidas de austeridade, mas não convence aos que estão atentos às movimentações escusas do governo e
do Congresso, desde o afastamento da presidente Dilma Housseff do Planalto.
Segundo os participantes dos protestos
a mobilização nacional continuará e não haverá recuo. Muitas classes profissionais já entraram em greve e outras estão em processo de conversão, com o mesmo objetivo.
25/10/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário