A prisão de Cunha , nesta quarta feira, 19/10, mexeu com o Brasil. Em nosso país virou senso comum achar que Juízes, STF, Ministério Público e Policia Federal praticam a tal da seleção seletiva, que persegue o PT e blinda o PSDB de abertura de processos e até de investigações nos diversos escândalos como Banestado, Privataria Tucana, Banco Marka, Trensalão , Mensalão, Petrolão, Lava a Jato e Zelotes, dentre outros.
Não é coincidência que, principalmente, após a descoberta do Pré-Sal a gestão pública brasileira passou ser alvo de inúmeras denúncias, vindas das agências americanas. Todavia, até a presente data, apesar de frequentemente citados, nada atingiu aos líderes do PSDB, FHC, Aécio Neves, Alckmin e Serra, que sempre conseguiram sair ilesos de todas suspeições, muitas delas engavetadas sem a cobertura da imprensa.
Passou a ser comum também que os crimes tucanos prescrevam sem que se consiga a conclusão dos processos contra eles instaurados. Não adianta nada, nem as provas nem as inúmeras citações nas delações premiadas. A blindagem tucana funciona mesmo. Outro exemplo clássico foi caso de Furnas, no qual o Brasil inteiro esperou a intimação de Aécio Neves devido a seu envolvimento no recebimento de propina, mas rapidamente tudo foi esquecido pela imprensa. O queridinho da Globo foi dispensado por ‘falta de provas cabais”.
Já o tratamento dado ao PT é muito diferente. A seletividade vem desde o primeiro governo Lula. Vale lembrar que o juiz Sérgio Moro, que hoje chefia a operação Lava Jato, ficou “famoso” por mandar prender e condenar José Dirceu, no mensalão, mesmo sem a existência de provas contra o mesmo. Em sua sentença ele usou o termo que costuma usar quando julga os petistas: “estou convencido de sua culpa”. Depois do processo contra José Dirceu virou moda prender petistas apenas por suspeição. Portanto a prisão de cunha não remove a narrativa da investigação seletiva e da perseguição ao PT .
Do jeito que vai chegaremos em 2018 com enorme vantagem para a candidatura tucana na disputa para Presidência da República. A perseguição aos adversários do PSDB, mesmo que não resulte em prisão e condenação, atrapalha bastante ao pleito, pois, confunde e estressa o eleitorado, já cansado dessa forma espetaculosa adotada pelas instituições brasileiras. O que assistimos no país é a criminalização da esquerda brasileira, em concorrência com a proteção à direita.
20/10/16, Álvaro Maciel
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