domingo, 30 de outubro de 2016

PEC 241 - O 1º Ato Institucional do Golpe de 2016


A PEC da Morte ou do Fim do Mundo foi aprovada na Câmara e seguiu para o Senado, onde será chamada de PEC 55.  Diversos segmentos da sociedade já entenderam que se trata de um instrumento golpista, pois pretende detonar os direitos sociais garantidos desde a Constituição de 1988. As ocupações das escolas por milhares de estudantes são, atualmente, o maior e mais imponente grito de revolta em defesa dos  direitos e da democracia. 

Se consultarmos a história, veremos que após o golpe de 1964 foram instaurados os Atos Institucionais que tinham poderes  acima da Constituição. Aquele golpe tinha uma central de comando com ampla participação das forças armadas.  Já o golpe de 2016 foi criado um comando mais plural com setores da PF, STF, Juízes, força tarefa de servidores do alto escalão e Congresso Nacional, com destaque para a  presidência da Câmara de Deputados Federais.

O que aconteceu nas eleições de 2014 foi uma gigantesca interferência do capital nas eleições dos parlamentares, o que consagrou  os poderes do PMDB, que assumiu de uma só vez as presidências da Câmara e do Senado. Investido no poder o partido resolve mudar de lado e aos poucos foi se bandeando para a direita até aceitar a ideia do golpe para tomada da Presidência da República. Cunha foi o principal operador do golpe na Câmara, com a missão de aplicar as criminosas obstruções das pautas essenciais ao governo Dilma. Portanto quem criou mergulhou o Brasil na crise foi o PMDB.

Mesmo após perder o mandato, Cunha continua poderoso. Sua prisão só foi providenciada após a conclusão da sua missão de travar a economia brasileira e abrir o espaço para o encaixe do impeachment contra a presidente Dilma , julgada e condenada mesmo sem provas contra ela. Michel Temer se constituiu presidente através de um processo antidemocrático através do maior vexame que já assistimos no Congresso Nacional, a partir do qual fora instaurado o Estado de exceção e afastado o Estado de direitos e bem estar social.

Michel Temer e Rodrigo Maia conseguiram êxito na Câmara, onde a PEC 241 foi apresentada como medida de austeridade. Um argumento que não cola junto à população, pois a anuncia reforma do Estado e não apenas contenção de gastos. A PEC reduz direitos e mexe no que os brasileiros consideram sagrado; os investimentos dos setores  da educação e da saúde.

Portanto a PEC da Morte é tão radical como os Atos Inconstitucionais instauradas no golpe de 1964 e pretende impor mudanças profundas no programa econômico, não com corte momentâneos de gastos, mas  com reformas estruturais permanentes. viabilizar essas mudanças. A PEC, se aprovada, vai funcionar como uma borracha para apagar todas as conquistas sociais dos últimos 13 anos. Quando se exclama “isso é o fim do mundo” não há exagero. O povo brasileiro está atônito e toda sua perplexidade se refere à coragem e à maldade dos atuais dirigentes do país, que visam garantir os privilégios de uma pequena parcela da população, em detrimento ao bem estar do povo por 20 anos seguidos.

A PEC impõe ao Brasil a implantação do Estado Mínimo, que favorece a concentração de renda, atravessará muitos mandatos presidenciais, que não poderão ultrapassar os limites estabelecidos pelos atuais mandatários do país. Eles decidiram tudo sem discussão com os setores da população e movimentos sociais organizados. Um processo pós golpe 2016, tal e qual ocorreu nos anos seguintes a 1964. 





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