Temer está parecendo um monarca
absolutista e sua base aliada, os súditos bajuladores. O primeiro jantar em busca de apoio para aprovação da PEC 241 causou impacto negativo junto aos movimentos
sociais e até indignação. Como um governo que exige austeridade busca apoio político promovendo festas finas? Mas os protestos não intimidaram Temer. Segundo funcionários do
Planalto, o todo poderoso já planeja realizar novos jantares, um para o final deste mês e outro para meados de novembro, este último exclusivo para senadores. Com isso Temer almeja garantir
o quórum no 2º turno na Câmra e depois partir para o Senado.
Como se fosse um monarca em seu castelo, Temer não faz segredo de sua satisfação e, com muita segurança, prevê a provação da PEC 241
como uma vitória do governo e da classe
política . Em momento nenhum de suas falas sobre o tema citou o povo brasileiro. Até
agora ninguém descobriu os custo exato do jantar anterior, mas há uma estimativa que tenha custado 55 mil reais aos cofres do governo. Sabe-se ainda que
nele os bajuladores de Temer foram
recebidos com vinho, salmão, carne com
risoto de funghi, massa e salada para mais de 200 deputados e suas respectivas
esposas. Ninguém ficará surpreso se no próximo rega-bofe seja incluído no cardápio o simbólico "lombo de cordeiro", prato preferido pelos ricos de Brasília.
A oposição está unida e
mobilizada para votar contra a PEC. Enquanto isso, dentro e fora do país, movimentos
sociais organizam diversas manifestações em protesto, que tomam ruas, praças, escolas ocupadas, sedes de
associações, encontros de ongs, seminários e outros espaços públicos. São fóruns contrários à PEC
241, também conhecida como PEC da Morte por reduzir investimentos em educação, saúde e assistência social. Nas internet o assunto está bem
comentado, com imensa circulação de cartazes e textos do tipo “não à PEC 241”. Há também a promessa de divulgação na internet da lista nominal dos parlamentares que votarão contra e favor .
Destaca-se, em meio a essa grande
movimentação, o silêncio das panelas. A classe média alta, em momento algum,
voltou a se manifestar politicamente de maneira ruidosa. Permanece
apática desde a vergonhosa aprovação do impeachment contra a presidente sem
crimes. Votação que foi transmita em rede nacional, deixando a população boquiaberta
com declarações de voto mais indecentes já vistas em uma plenária do Congresso
Nacional.
Os pomposos jantares, pelo jeito,
passarão a fazer parte do novo rito do enfático governo federal, enquanto que as panelas da classe média tendem a continuar no esquecimento, guardadas nos armários de cozinha, ou debaixo das pias.
Suas donas não comemoram nada, não
preparam nada nem reclamam. Estão caladas... num silêncio que não pode ser
confundido com arrependimento, pois está muito mais para a
cumplicidade coletiva daqueles que não aceitaram um Brasil mais igualitário.
21/1016, Álvaro Maciel.
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