sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Era Temer - Pomposos Jantares e o Silêncio das Panelas

  

Temer está parecendo um monarca absolutista e sua base aliada, os súditos bajuladores. O primeiro jantar em busca de apoio para aprovação da PEC 241 causou impacto negativo junto aos movimentos sociais e até indignação. Como um governo que exige austeridade busca apoio político promovendo festas finas? Mas os protestos não intimidaram Temer.  Segundo funcionários do Planalto, o todo poderoso já planeja realizar novos jantares, um para o final deste mês e outro para meados de novembro, este último exclusivo para senadores. Com isso Temer almeja  garantir o quórum no 2º turno na Câmra e depois partir para o Senado.

Como se fosse um  monarca em seu castelo, Temer  não faz segredo de sua satisfação  e, com muita segurança, prevê a provação da PEC 241 como uma vitória  do governo e da classe política . Em momento nenhum de suas falas sobre o tema  citou o povo brasileiro.  Até agora ninguém descobriu os custo exato do jantar anterior, mas há uma estimativa que tenha custado 55 mil reais aos cofres do governo. Sabe-se ainda que nele os bajuladores de Temer  foram recebidos com  vinho, salmão, carne com risoto de funghi, massa e salada para mais de 200 deputados e suas respectivas esposas. Ninguém ficará surpreso se no próximo rega-bofe seja incluído no cardápio o simbólico "lombo de cordeiro", prato preferido pelos ricos de Brasília. 

A oposição está unida e mobilizada para votar contra a PEC. Enquanto isso, dentro e fora do país, movimentos sociais organizam diversas manifestações em protesto, que tomam  ruas, praças, escolas ocupadas, sedes de associações, encontros de ongs, seminários e outros espaços públicos. São fóruns contrários à PEC 241, também conhecida como PEC da Morte por reduzir investimentos em educação, saúde e assistência social.  Nas internet o assunto está bem comentado, com imensa circulação de cartazes e textos do tipo  “não à PEC 241”. Há também a  promessa de divulgação na internet da  lista nominal dos parlamentares que votarão contra e favor .



Destaca-se, em meio a essa grande movimentação, o silêncio das panelas. A classe média alta, em momento algum, voltou a se manifestar politicamente de maneira ruidosa.  Permanece apática desde a vergonhosa aprovação do impeachment contra  a presidente sem crimes. Votação que foi transmita em rede nacional, deixando a população boquiaberta com declarações de voto mais indecentes já vistas em uma plenária do Congresso Nacional.

Os pomposos jantares, pelo jeito, passarão a fazer parte do novo rito do enfático governo federal, enquanto que as panelas da classe média tendem a continuar no esquecimento, guardadas  nos armários de cozinha, ou debaixo das pias. Suas donas  não comemoram nada, não preparam nada nem reclamam. Estão caladas... num silêncio que não pode ser confundido com arrependimento, pois está muito mais para a cumplicidade coletiva daqueles que não aceitaram um Brasil mais igualitário.

21/1016, Álvaro Maciel.












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