segunda-feira, 17 de abril de 2017

17 de Abril - um ano do golpe parlamentar 2016



O dia 17 de abril de 2016 entrou para o calendário nacional da luta pela democracia como Dia do Golpe Parlamentar no Brasil. Nessa data foram aprovados no parlamento o afastamento temporário da presidenta Dilma Housseff e a abertura do processo por crime de responsabilidade aberto contra uma presidenta acusada sem apresentação de provas. A partir daí, sob o Comando de Eduardo Cunha, o país sofreu uma série de ataques a sua CF/88.  "A ruptura democrática abriu caminho para o que chama de sucessivos golpes dentro do Golpe". Recentemente Cunha foi condenada a 15 anos de prisão, mas sua atuação como na presidência da Câmara pôs fim ao maior período democrático vivido no Brasil.

Dias antes, mais especificamente, em 15/04/16, o New York Times escreveria: “Ela não roubou nada, mas está sendo julgada por uma quadrilha de ladrões”. Enquanto isso, o PSDB, através de seus líderes e com apoio da mídia “dita” oficial, sem empenhava em difundir a suposta legalidade do impeachment.

O presidente da Câmara dos Deputados era Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje em dia cassado e condenado a 15 anos de prisão, na semana da votação arregimentou os aliados e buscou voto a voto a favor do impeachment da presidenta Dilma. Foi, ao mesmo tempo, mentor e operador da manobra de iniciar a chamada nominal dos deputados pela região Sul, deixando para final os deputados do Nordeste e do Norte.  Com isso, Cunha conseguiria alcançar seu objetivo, declarado por ele publicamente, de criar uma onda pró-impeachment durante a votação e garantir a maioria acachapante dos votos SIM.  Foi assim que o Brasil e o mundo assistiram pela TV a operação parlamentar que atingiu duramente uma democracia brasileira. Operação que deu início ao processo mais vergonhoso da política brasileira após a redemocratização do país.

No dia seguinte, 18/04, o teólogo Leonardo Boff publicou em seu blog severas críticas ao afastamento da presidenta Dilma.  “... mas o que mais causou estranheza foi a figura do presidente da Câmara que presidiu a sessão, o deputado Eduardo Cunha. Ele vem acusado de muitos crimes e é réu pelo Supremo Tribunal Federal: um gangster julgando uma mulher decente contra a qual ninguém ousou lhe atribuir qualquer crime”.  Boff também questionou a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal por ter permitido esse ato que nos envergonhou nacional e internacionalmente.

Diversos intelectuais, artistas e parlamentares aderiram ao movimento em defesa da democracia e passaram a questionar qual o interesse secreto alimentaria a Suprema Corte a sustentar sua absurda omissão. 

O que ficou daquele triste dia foi que Eduardo Cunha mobilizou sua base de apoio para aprovar um impeachment golpista em troca da sua isenção de investigação. Como bem disse o líder do PT/BA Afonso Florence. "O próprio Cunha disse que poderia cair um dia, mas que Dilma iria atrás". A ameaça de Cunha foi cumprida e sua efetivação contou com a participação de diversas instituições, além dos partidos políticos envolvidos em atos ilícitos, que mais tarde viriam à tona.





 Secretaria Estadual de Cultura do PT -RJ



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