O dia 17 de abril de 2016 entrou
para o calendário nacional da luta pela democracia como Dia do Golpe
Parlamentar no Brasil. Nessa data foram aprovados no parlamento o afastamento
temporário da presidenta Dilma Housseff e a abertura do processo por crime de
responsabilidade aberto contra uma presidenta acusada sem apresentação de
provas. A partir daí, sob o Comando de Eduardo Cunha, o país sofreu uma série
de ataques a sua CF/88. "A ruptura democrática
abriu caminho para o que chama de sucessivos golpes dentro do Golpe".
Recentemente Cunha foi condenada a 15 anos de prisão, mas sua atuação como na
presidência da Câmara pôs fim ao maior período democrático vivido no Brasil.
Dias antes, mais especificamente,
em 15/04/16, o New York Times escreveria: “Ela não roubou nada, mas está sendo
julgada por uma quadrilha de ladrões”. Enquanto isso, o PSDB, através de seus
líderes e com apoio da mídia “dita” oficial, sem empenhava em difundir a suposta
legalidade do impeachment.
O presidente da Câmara dos
Deputados era Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje em dia cassado e condenado a 15
anos de prisão, na semana da votação arregimentou os aliados e buscou voto a
voto a favor do impeachment da presidenta Dilma. Foi, ao mesmo tempo, mentor e
operador da manobra de iniciar a chamada nominal dos deputados pela região Sul,
deixando para final os deputados do Nordeste e do Norte. Com isso, Cunha conseguiria alcançar seu
objetivo, declarado por ele publicamente, de criar uma onda pró-impeachment
durante a votação e garantir a maioria acachapante dos votos SIM. Foi assim que o Brasil e o mundo assistiram
pela TV a operação parlamentar que atingiu duramente uma democracia brasileira.
Operação que deu início ao processo mais vergonhoso da política brasileira após
a redemocratização do país.
No dia seguinte, 18/04, o teólogo
Leonardo Boff publicou em seu blog severas críticas ao afastamento da
presidenta Dilma. “... mas o que mais
causou estranheza foi a figura do presidente da Câmara que presidiu a sessão, o
deputado Eduardo Cunha. Ele vem acusado de muitos crimes e é réu pelo Supremo
Tribunal Federal: um gangster julgando uma mulher decente contra a qual ninguém
ousou lhe atribuir qualquer crime”. Boff
também questionou a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal por ter
permitido esse ato que nos envergonhou nacional e internacionalmente.
Diversos intelectuais, artistas e
parlamentares aderiram ao movimento em defesa da democracia e passaram a
questionar qual o interesse secreto alimentaria a Suprema Corte a sustentar sua
absurda omissão.
O que ficou daquele triste dia
foi que Eduardo Cunha mobilizou sua base de apoio para aprovar um impeachment golpista
em troca da sua isenção de investigação. Como bem disse o líder do PT/BA Afonso
Florence. "O próprio Cunha disse que poderia cair um dia, mas que Dilma
iria atrás". A ameaça de Cunha foi cumprida e sua efetivação contou com a
participação de diversas instituições, além dos partidos políticos envolvidos
em atos ilícitos, que mais tarde viriam à tona.
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