No dia 21/03, no Rio, foi realizada a histórica Aula Magna com Martinho da Vila; evento organizado pela Coordenadoria de Experiências Religiosas Tradicionais Africanas, Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa (ERARIR/LHER/UFRJ), vinculada ao Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER/UFRJ).
Destacamos a grande parceria com o Instituto de História da UFRJ, que participou da produção, etc. e ainda cedeu o seu Salão Nobre, no Largo de São Francisco, para realização do evento. Da Secretaria Estadual de Cultura do PT/RJ estiveram presentes o secretário Álvaro Maciel, acompanhado de Teo Lima e Rodrigo Nascimento Policarpo, membros titulares do Coletivo Estadual.
Martinho da Vila, cantor, compositor e escritor é uma referência do samba da cultura brasileira. Recentemente ele voltou às salas de aula aos s79 anos, como aluno do 5º período de Relações Internacionais em uma universidade particular na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O músico tem sido um estudante bastante aplicado e se destaca entre os colegas, conforme divulgou o jornal Extra.
Autor de 14 livros que falam de samba, história e política, Martinho, escolheu o curso de Relações Internacionais por causa de seu como embaixador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLT). É o próprio Martinho que costuma dizer: “Já pratico relações internacionais há muito tempo, mas eu queria pegar um pouco de conhecimento mais teórico”.
Sua aula teve conversa, leitura de texto e cantos. Martinho deixou evidente a sua opinião sobre o atual estágio da luta racial no país. Para ele o racismo como doença quase não existe mais no Brasil. Porém, ainda praticamos em larga escala a discriminação racial.
“Racismo é uma doença quando alguém acha que o negro não é nada e não serve para nada. Mas isso agora fica apenas entre poucas pessoas, a juventude não pensa mais assim. A classe dominante, embora não tenha esse racismo, continua a praticar a discriminação racial, quando opta por empregar negros em cargos subalternos e negar a eles os cargos mais importantes”.
Martinho citou o exemplo dos Estados Unidos, um país racista, onde os negros conseguem ocupar cargos maiores e estratégicos ao país. No Brasil isso ainda é muito raro.
Martinho da Vila Vira Enredo
No dia 23 de março, na quinta feira, três dias depois da Aula Magna, em São Paulo, a Unidos do Peruche anunciou que terá Martinho da Vila no carnaval de 2018. Mauro Quintaes, ex-carnavalesco da Unidos da Tijuca será o responsável por desenvolver o enredo da tradicional escola da Zona Norte da Capital paulistana, que já se reuniu com Martinho e finalizou com ele os detalhes.
O enredo será feito com auxílio do sambista e percorrerá os seus 80 anos de vida e 50 anos de carreira. Ednaldo Santos, diretor de Carnaval, declarou que confia que a escola brigará definitivamente pelo título de campeã do Carnaval em 2018:
“A escola está apostando muito alto com esse enredo. Martinho é um ícone da história brasileira, um ícone do samba. Uma história linda de uma riqueza imensa. Com certeza vamos brigar pelo título”.
A Unidos do Peruche voltou ao Grupo Especial em 2016 e neste ano conquistou a 11ª colocação ao cantar a cidade de Salvador no Anhembi. Por coincidência, Martinho da Vila completará seus 80 anos no dia 12 de fevereiro, em plena segunda-feira de Carnaval.
Parabéns ao carnavalesco Mauro Quintaes pela brilhante iniciativa e palmas para Unidos do Peruche pelo excelente investimento que, com toda certeza, engrandecerá ainda mais o Carnaval de São Paulo.
Secretaria Estadual de Cultura do PT -RJ
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