A população brasileira cobra os resultados das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público para elucidar dúvidas em torno da morte de Eduardo Campos. Já são 10 meses de espera. Um caso de repercussão internacional, onde um
dos candidatos à Presidência da República perdeu a vida de forma trágica. Desde
o início há uma forte suspeita de fraudes e outras dúvidas a respeito da compra do jato que transportou Campos.
Em junho/16, no dia 21, foi anunciada
a existência de uma organização
criminosa suspeita de movimentar mais de
R$ 600 milhões e 04 pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal,
que investiga a ligação entre o avião que caiu com o ex-governador de
Pernambuco e então candidato à presidência Eduardo Campos, em agosto/14.
Parecia que, enfim, os resultados das investigações seriam
divulgados de forma completa. Eis que surgem três fatos de grande repercussão na
mídia: 1) a morte do empresário foragido
da Operação Turbulência , Paulo Cesar Morato, o 5º nome dos envolvidos; 2) mais sensacionais “novas fases da Lava
Jato” são deflagradas, com espetaculares mandatos de prisão, buscas e
apreensões e conduções coercitivas e 3) prisão indevida do ex ministro Paulo
Bernardo na Operação Custo Brasil, seguida de soltura.
Não está muito esquisito essa bagunça toda? Como é que exatamente na hora em que o país se preparava para
conhecer a conclusão das investigações sobre a morte de Eduardo Campos tantos fatos novos surgiram de uma só vez.
Diante de tanta movimentação e investigações misturadas fica difícil para a
população acompanhar. Daqui a pouco vamos completar um ano e a PF não consegue concluir o processo da Operação Turbulência.
Continuo a achar que a Polícia Federal
está agindo à margem dos critérios justos. Quando há um petista envolvido, imediatamente, manda prender. Quando a investigação
envolve outros segmentos políticos a PF não
é tão rigorosa. No caso da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo muitos blogs e
sites jurídicos alertaram que sua a prisão , salvo algum elemento estivesse em
segredo, não se sustentaria porque não
encontrava amparo no Artigo 312 do Código de Processo Penal. Foi dito e certo.
Os fatos imputados ao investigado persistem e o processo deve continuar. O que é estranho é que mais uma vez, confirmou-se erro e
exagero por parte da PF contra um petista. Outra dúvida em relação à PF; como a Rede Globo tem livre acesso aos
relatórios de suas investigações? Os vazamentos já ultrapassaram todos os limites
aceitáveis.
É bom lembrar também que a PF já tentou
indiciar a Senadora Gleisi Hoffmann, esposa de Paulo Bernardo, mas teve que
recuar por que o STF, em outros processos, havia se pronunciado orientando que os deputados e
senadores só possam ser indiciados pela Procuradoria Geral da
República. A PF está indo com tanta sede ao pote, em alguns casos, que chega até
a tropeçar nas normas processuais.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), juntamente com Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lindbergh
Farias ( PT – RJ) formam uma espécie de
pelotão de frente em defesa da presidente Dilma Housseff na Comissão do
Impeachment do Senado. Eles estão dando um
show na defesa da presidente Dilma nas sessões da Comissão do Impeachment, o
que parece incomodar a muita gente.
Vejamos algumas Declarações de Gleisi a respeito da prisão do seu marido:
Sobre a prisão: “Quando eu retornei,
na segunda-feira, eu disse que retornava de cabeça erguida. Muitos me
perguntaram se eu retornaria, porque o meu marido tinha sido preso e eu disse
que a prisão tinha sido injusta, inconsequente, ilegal e que aquilo fazia parte
mais de uma ação midiática para constrangê-lo do que qualquer outra coisa.”
Sobre a soltura: “Isso é fundamental para mim, para nós, porque
essa prisão não tinha base nenhuma. Quem leu a decisão judicial não precisava
nem ser advogado, via de pronto a fragilidade”.