quarta-feira, 15 de junho de 2016

UM MÊS DE GOLPE CONTRADIÇÕES E RESISTÊNCIA

O Dia 12 de Maio, entra para o calendário político do País como  o dia do arrogante afastamento da presidente Dilma Rousseff do Planalto, após aprovação pelo Senado do prosseguimento do pedido de impeachment contra ela.





A trama completa do golpe, em curso no Brasil, será contada e revelada com o passar do tempo. Mas o que já se sabe dá para concluir que houve uma ardilosa articulação do vice presidente Michel Temer - PMDB, que através de acordos espúrios, enfim, cosegue chegar ao  Palácio do Planalto. A traição de um vice presidente homem, em conluio com outros homens parlamentares e juristas,  contra uma presidente mulher. 

O primeiro mês do presidente ilegítimo foi marcado por uma série de contradições administrativas cometidas pelo governo e de muita inquietação por parte da população. Foram 30 dias marcados por um mar de decisões desastrosas e uma crescente escalada na pressão social, marcada por manifestações em todos os estados brasileiros.

O pacote econômico de Temer e o corte de ministérios atingiram e provocaram a população, que passou a ser organizar contra a “perda de direitos”. No Congresso, Temer conseguiu a aprovação de projetos importantes, feito que veio a   desmascarar de vez o nascedouro do golpe.  Por mais e de um ano, as medidas que a presidente Dilma tentou aprovar foram barradas na Casa presidida por Eduardo Cunha, do PMDB. Enfim, ficou mais fácil para o povo brasileiro descobrir que a expressão “falta de apoio dos parlamentares” foi usada para desencadear a maior obstrução de pautas essenciais a uma gestão que já se viu na história do país. A 2ª gestão da presidente Dilma Housseff na prática  não se iniciou.


            

O furor das agitações e o não reconhecimento ao seu governo obrigaram Temer a recuar em várias medidas. Enquanto isso, os indícios de crimes na Lava a Jato provocaram o aumento da instabilidade interna e a demissão de dois de seus ministros.

Duas Contradições Imperdoáveis



Foi na sua primeira semana que Temer cometeu dois desvios incorrigíveis; a extinção do Ministério da Cultura, que se juntou ao da Educação; e a nomeação de um ministério homogêneo formado 100% por homens e brancos. O governo interino passou ser chamado de fascista, golpista, machista e racista.




De uma só vez o presidente interino provocou inquietação dos movimentos de Mulheres, de Combate ao Racismo,  artistas, coletivos, ativistas e produtores culturais. E quando tentou consertar a falha da falta de mulheres no Planalto, Temer errou de novo. Após o anuncio da recriação do MinC procurou, de forma estabanada, por uma representante feminina para o assumir a pasta. Foi mais um tiro pela culatra.

Além de não conseguir encontrar uma mulher que aceitasse o cargo, o impasse fez com que a Ocupação do MinC, já iniciada do Rio de Janeiro, passasse a se tornar símbolo de resistência nacional ao golpe.




Em seguida, o presidente lambão e golpista, nomeou a ex-deputada evangélica, também do PMDB,  para a Secretaria de Política para as Mulheres,  Fátima Pelaes, que teve de recuar em suas posições de ser contra o aborto, mesmo em casos de estupro e ainda terá que se explicar na Lava a Jato sobre os R$ 4 milhões de emendas parlamentares usadas para cumprir acordos eleitorais.

Daí para frente o governo descarrilou de vez. São diversos os ministros cujos nomes constam na lista da Lava a Jato e que em nenhum aspecto representam a população brasileira. Vieram as gravações envolvendo seu homem de confiança, Romero Jucá, que conspirava contra as investigações dos crimes diretamente com Sérgio Machado , ex- presidente da Transpetro. Outras gravações envolvem José Sarney, Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan Calheiros e  levaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a pedir a prisão dos quatro comandantes do PMDB por tentativa prejudicar  a Operação Lava-Jato.

Um Parlamento a Serviço do Grande Capital



O povo brasileiro , neste primeiro mês da gestão golpista, pode testemunhar a mudança ocorrida no Congresso Nacional.  Com o início do governo interino de Temer foi encerrando o período de jejum de votações.  Deu para se perceber o quanto  a presidente Dilma sofreu na mão da máfia que se instaurou no Congresso, formadas por representantes do capital. Nesses 30 dias, Temer conseguiu articulação para aprovar uma série de medidas, das quais destacamos algumas:


  • o pacote  de R$ 50 bilhões em reajustes salariais.
  • os 15 projetos de lei,
  • a DRU - Desvinculação de Receitas da União até 2023, o que amplia  para 30%           dos recursos que podem ser usados livremente pelo governo federal,
  • a revisão da meta fiscal, cujo déficit primário do país subiu  para R$ 170,5 bilhões,
  • o aumento do dos salários do procurador-geral da República, de servidores da Câmara e     Senado e do Tribunal de Contas da União,
  • aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de R$   para R$ 39,2 mil.


03 principais metas capitalistas para o próximo mês:


  • solicitar ao BNDES devolução de R$ 100 bilhões ao governo a título de dívidas, 
  • cortar mais de 4 mil cargos comissionados, 
  •  iniciar a  campanha de governo para aprovação do projeto que muda as regras do pré-sal.

A Secretaria Estadual de Cultura do PT RJ continuará firme no apoio à Ocupação do MinC RJ e a todas as outras manifestações Fora Temer.



Ocupa MinC - Simbolo Nacional de Resistência ao Golpe


A voracidade do governo interino é alarmante. Com o Congresso em suas mãos, Temer demonstra determinação para cumprir as metas determinadas pelo grande clero, em detrimento aos direitos sociais.  Seguirá cortando verbas e deixando à míngua a gestão das pastas como, saúde, cultura, educação, assistência social, meio ambiente e afins.  Buscará sempre formas de fortalecimento do grande capital visando concentração de renda, com sacrifício do trabalhador assalariado. Um mês de golpe foi também um mês de luta e de resistência.


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